09 out, 2019 - 17:04 • José Pedro Frazão com redação
O eurodeputado do PSD, Paulo Rangel, considera que não há qualquer "urgência" em substituir Rui Rio na liderança do partido, na sequência dos resultados das eleições legislativas.
"Sinceramente, não vejo assim com grande simpatia nem vejo nenhuma urgência, porque penso que o resultado, sendo obviamente uma derrota expressiva, é no entanto próprio de um partido que lidera a oposição em qualquer país da Europa", defendeu Rangel esta quarta-feira no "Casa Comum" da Renascença, programa de debate com o socialista Francisco Assis.
"Isto agora aqui não é uma questão de uma décima para cima ou uma décima para baixo", acrescenta sobre o desempenho do PSD nas eleições de domingo. "Está dentro da nossa margem como o partido que está na oposição."
O eurodeputado afasta igualmente a possibilidade de se candidatar à sucessão de Rui Rio na liderança do PSD, seguindo o exemplo de Luís Montenegro, que esta quarta-feira à noite vai oficializar a sua candidatura.
"Não há festa nem festança para que não convidem a d. Constança [citação histórica de António Vitorino]. Não vale a pena estar aqui com especulações."
Na ótica de Rangel, o próximo passo do PSD deveria ser alinhar-se com os outros partidos da direita moderada, o CDS e a Iniciativa Liberal, estreante no Parlamento, para criarem "um programa alternativo para o país", num processo em que os sociais-democratas devem ser "o motor desse entendimento".
Após a derrota do PSD nas legislativas do passado domingo, a liderança de Rui Rio começou a ser questionada por alguns elementos do partido, adensando as cisões internas. O ex-Presidente da República, Cavaco Silva, chegou a sugerir Maria Luís Albuquerque como candidata à sucessão. Até agora, apenas Montenegro, líder parlamentar do PSD, indicou que pretende desafiar a liderança de Rio, tal como já tinha feito em janeiro deste ano.