Os cientistas que estão a estudar o vírus da gripe das aves H7N9, que matou mais de 40 pessoas desde Março, disseram ter descoberto um novo vírus de tipo H7 alojado em galinhas na China.
Baptizado como H7N7, o vírus teve capacidade para infectar mamíferos numa experiência de laboratório, indicou a equipa de investigadores, avisando que os vírus H7 "podem representar uma ameaça que ultrapassa o actual surto".
"A prevalência continuada dos vírus H7 em aves pode levar à geração de variantes altamente patogénicas e mais infecções humanas esporádicas", escreveram os cientistas na revista “Nature”.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), registaram-se 135 casos confirmados de pessoas que contraíram a gripe das aves H7N9, das quais 44 morreram. E todos os casos ocorreram na China, excepto um, registado em Taiwan.
"Se deixarmos este H7N7 continuar a circular em galinhas, tenho a certeza de que ocorrerão casos de infecção humana", disse por e-mail o co-autor do estudo Yi Guan, da Universidade de Hong-Kong, citado pela agência de notícias AFP.
"Este vírus pode causar infecções mais graves que o H7N9, com base na nossa experiência animal", observou.
As estirpes dos subtipos de vírus da gripe aviária H5, H7 e H9 já causaram infecções humanas, sobretudo a seguir a contacto directo com aves infectadas. Nenhuma das estirpes sofreu mutações que a tornassem facilmente transmissível entre pessoas, o que seria o pesadelo dos epidemiologistas.
A estirpe mais conhecida é o vírus H5N1, que causou 633 casos confirmadas em pessoas em 15 países entre 2003 e Julho deste ano, 377 das quais morreram - o que representa uma taxa de mortalidade de cerca de 60%.
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