O Supremo Tribunal da Índia deliberou que nos casos de violação não se pode reduzir a pena ainda que a vítima perdoe o violador ou se case com ele, informou a imprensa local.
A decisão, emitida na quarta-feira pelo tribunal liderado pelo chefe de Justiça da Índia, estabelece que é ilegal a redução da pena ainda que o violador e a vítima alcancem um acordo, e expressou a sua preocupação perante a tendência entre os tribunais de permitirem estes casos, segundo o “The Times of Índia”, citado pela agência Efe.
"A oferta do violador de casar-se com a vítima ou o facto de a vítima estar casada não constitui um factor especial para reduzir a sentença", afirmou o magistrado P. Sathasivam.
Segundo explicou ao “Times”, a activista Rehana Abid, do grupo de direitos humanos da mulher Astitva, apenas quatro em cada 10 violações são denunciadas no Estado de Uttar Pradesh, e o objectivo das famílias e da polícia é "resolver o problema", às vezes incluindo compensações económicas em troca da não apresentação de queixa.
A violação colectiva de uma estudante de 23 anos por seis indivíduos a bordo de um autocarro em circulação em Nova Deli trouxe o tema para as primeiras páginas da imprensa local e internacional. A jovem morreu 13 dias depois do ataque e a sua morte desencadeou uma onda de protestos sem precedentes no país, instalando o debate sobre os direitos das mulheres.
Os escândalos afectaram o turismo estrangeiro na Índia, segundo dados oficiais e de operadores turísticos, e as autoridades alteraram o Código Penal para endurecer as penas contra os condenados por violação.
Na semana passada uma fotojornalista foi violada por cinco indivíduos quando trabalhava para uma reportagem para uma revista em Bombaim.
Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.