04 set, 2013 - 23:44
Investigadores norte-americanos identificaram uma molécula que permite inverter os sintomas da Trissomia 21 em ratinhos tratados à nascença, revelou esta quarta-feira a revista "Science Transnational Medicine".
Uma dose de uma pequena molécula da família proteica do gene SHH permitiu que o cerebelo dos roedores se desenvolvesse normalmente e estimulasse a sua capacidade de memória e aprendizagem, segundo investigadores da Universidade Johns Hopkins e dos Institutos Nacionais de Saúde.
Roger Reeves, professor do Instituto de Medicina Genética da Universidade Johns Hopkins, em Baltimore, e co-autor do estudo, lembrou que "a maior parte das pessoas com Trissomia 21 tem um cérebro 60% inferior ao seu tamanho normal".
Os ratinhos usados na experiência foram geneticamente modificados para reproduzirem a trissomia humana.
Os cientistas questionam, por enquanto, a aplicação da molécula nos humanos com Trissomia 21, uma vez que o seu uso em segurança não está, ainda, garantido.
O facto de ser alterado um mecanismo biológico importante do cérebro apresenta riscos de cancro, pois pode desbloquear o crescimento excessivo de células, advertem, realçando que muitos estudos terão de ser feitos.
De acordo com Roger Reeves, na medida em que a Trissomia 21 implica numerosos genes, qualquer tratamento "é um enorme desafio".
Trissomia 21 ou Síndrome de Down é um distúrbio genético que resulta de uma cópia suplementar do cromossoma 21. A doença, que não tem cura, traduz-se numa deficiência cognitiva, em características faciais particulares (mongolismo) e, por vezes, em problemas cardíacos.