O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, admite, pela primeira vez, a possibilidade de apoiar um ataque ao regime de Bashar al-Assad.
Numa entrevista à Associated Press e a um canal de televisão russo, Putin disse que, se for provado que Damasco usou armas químicas contra os seus cidadãos, “não exclui” a possibilidade de apoiar um ataque.
O Presidente russo, que tem apoiado de forma consistente o regime de Assad e vetado qualquer medida contra este nas Nações Unidas, deixou, contudo, claro que apenas o Conselho de Segurança das Nações Unidas tem autoridade para sancionar um ataque.
Nesta entrevista, Putin não deixou de mostrar algum cepticismo em relação à veracidade do ataque com armas químicas, sugerindo que os vídeos que alegam mostrar as consequências desse ataque podem ter sido forjados por grupos terroristas com ligações à Al-Qaeda. O Presidente russo garantiu que, enquanto não houver provas inequívocas da utilização de químicos, a Rússia continuará a apoiar Damasco e a cumprir os contratos existentes de fornecimento de armas.
Ainda assim, as palavras de Putin não deixam de constiotuir um sinal de abertura da Rússia à possibilidade de atacar a Síria e surge no dia em que o senado norte-americano se prepara para votar e, muito provavelmente, aprovar a proposta de Obama de lançar um ataque para castigar o regime de Assad.
Contudo, mesmo que a Rússia opte por deixar uma tal proposta no Conselho de Seguranças da ONU, não é certo que a China, que também tem poder de veto, siga o exemplo, uma vez que Pequim também tem vetado consistentemente qualquer medida de censura ao Governo sírio.