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Rússia não vai alterar posição sobre ataque à Síria

05 set, 2013 - 23:46

Moscovo insiste que uma possível intervenção militar deve contar sempre com o aval do Conselho de Segurança das Nações Unidas.

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O ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, comunicou esta quinta-feira por telefone ao secretário de Estado norte-americano, John Kerry, que Moscovo não alterará a sua posição sobre a Síria. 
 
"As conclusões dos especialistas em todos os casos de possível uso de armas químicas na Síria devem ser obrigatoriamente remetidas para análise do Conselho de Segurança da ONU, para a adopção de uma decisão", disse Lavrov, segundo um comunicado do Governo russo. 
 
Lavrov, que insistiu que Moscovo mantém inalterada a posição acordada na cimeira do G8 realizada em Junho passado na Irlanda, advertiu de que a Rússia "rejeita o uso da força à margem do referido mecanismo". 
 
Segundo a nota oficial, John Kerry insistiu nos argumentos que, segundo a Casa Branca, justificam um "ataque limitado" contra a Síria, em retaliação pelo presumível uso de armas químicas por parte do regime do Presidente Bashar al-Assad. 
 
O presidente russo, Vladimir Putin, acusou na quarta-feira John Kerry de mentir abertamente perante o Congresso norte-americano, ao afirmar que a Al-Qaeda não está presente naquele país árabe. 
 
"[Na Síria actua agora] a célula mais importante e activa do grupo conhecido como Al-Nursa, uma unidade da Al-Qaeda. E eles sabem-no. Mas [Kerry] mente abertamente, sabendo que está mentindo. Isso é triste", observou Putin.
 
O líder do Kremlin propôs esta quinta-feira aos líderes do G20 que abordem durante o jantar informal desta noite a situação na Síria, assunto que não estava na agenda da cimeira que decorre em São Petersburgo. 
 
A Rússia e a China opõem-se categoricamente a uma acção militar contra a Síria que não conte com o beneplácito do Conselho de Segurança da ONU e consideram que o Congresso norte-americano não tem poder para autorizar um ataque contra Damasco. 
 
Putin advertiu de que qualquer ataque que não conte com o aval da ONU só pode ser considerado uma agressão, ao passo que o Governo chinês afirmou hoje que a guerra não é a solução para a crise síria. 
 
Por seu lado, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, propõe-se reunir em São Petersburgo todo o apoio para uma coligação, que, por enquanto, só conta com o apoio de França, Turquia, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Kuwait.  
 
E, para acompanhar de perto o debate do Congresso sobre uma resolução que autorize uma acção militar contra a Síria, a Casa Branca informou hoje que o Presidente cancelou a viagem à Califórnia prevista para a próxima segunda-feira. 
 
Essa resolução, aprovada na quarta-feira pela Comissão de Relações Internacionais do Senado, deverá ser votada no plenário da câmara alta e também na Câmara dos Representantes, numa altura em que a possibilidade de uma intervenção militar criou cisões profundas entre democratas e republicanos.

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