19 set, 2013 - 18:50
O presidente sírio quer que os Estados Unidos paguem a destruição das armas químicas e se responsabilizem pelo lixo tóxico, levando-o para solo norte-americano.
Bashar al-Assad falou dos custos da operação e lembrou eventuais problemas ambientais. “[A destruição] Vai custar cerca de mil milhões de dólares e é muito prejudicial para o ambiente. Se a Administração Obama está disponível para pagar e para levar os materiais tóxicos para os Estados Unidos, porque é que não o fazem?”, disse em entrevista à televisão “Fox News”.
Assad aproveitou ainda a entrevista para criticar o relatório das Nações Unidas que confirma a existência de um ataque contra civis com armas químicas, em Agosto passado. O presidente sírio diz que as provas recolhidas pela ONU não foram validadas.
“Ninguém verificou a credibilidade dos vídeos ou das fotografias. As únicas amostras verificadas são os vestígios que a ONU recolheu: amostras de sangue e do solo. Mas não se pode construir um relatório com vídeos que não estão verificados, sobretudo se temos vivido envoltos em falsidades nos últimos três anos e meio”, acrescentou.
Entretanto, a Rússia, o maior aliado da Síria neste caso, já veio dizer que ainda não existe um calendário para a destruição das armas químicas. Vladimir Putin acrescentou ainda que ninguém pode saber se o acordo para a destruição do arsenal vai ser cumprido.
De recordar que Moscovo e Washington aprovaram um plano para a Síria entregar as suas armas químicas. Damasco aceitou, mas pede dinheiro e mais tempo para o fazer. Entretanto, as forças norte-americanas estão no Mediterrâneo com vários navios de guerra prontos a atacar, se for dada a ordem de Barack Obama.
Os inspectores das Nações Unidas concluíram haver provas "claras e convincentes" do uso de gás sarin num ataque perto de Damasco. "As amostras ambientais, químicas e médicas que recolhemos dão provas claras e convincentes de que foram usados mísseis terra-terra com o gás sarin”, diz o documento em relação ao ataque de 21 de Agosto, que segundo os Estados Unidos fez mais de 1.400 mortos.
A guerra civil na Síria dura há mais de dois anos. Segundo as Nações Unidas, morreram 110 mil pessoas e há cerca de dois mil refugiados.