A Igreja Arménia vai canonizar as vítimas do genocídio levado a cabo pelos turcos, no início do século XX.
Estima-se que cerca de 1,5 milhões de arménios que residiam no então Império Otomano, mais tarde república da Turquia, foram mortos pelas autoridades turcas. Centenas de milhares foram forçados a imigrar por causa das perseguições.
A Turquia não só nega que o que se tenha passado tenha constituído um genocídio, como criminaliza essa versão dos acontecimentos.
A decisão de canonizar as vítimas, considerando-as mártires pela fé, terá sido tomada durante um sínodo da Igreja Apostólica da Arménia, o primeiro a realizar-se desde 1651, segundo o ASAM, o Centro de Investigação da Estratégia Euroasiática da Turquia. A mesma fonte diz que as canonizações estão agendadas para 2015, centenário do genocídio.
A notícia está a ser mal recebida na Turquia, que vê na decisão dos arménios uma afronta e a tentativa de inserir mais uma dimensão, desta feita religiosa, nas já atribuladas relações entre os dois países.
A Igreja Apostólica da Arménia é ortodoxa e faz parte da comunhão de Igrejas Ortodoxas Orientais pré-calcedónias, isto é, que romperam com a Igreja Universal após o Concílio de Calcedónia. Esta comunhão inclui, para além dos arménios, os coptas do Egipto, a Igreja Ortodoxa Etíope e algumas antigas Igrejas cristãs na Índia.
A Arménia foi o primeiro país, ainda existente, a tornar-se oficialmente cristão, no ano 301.