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Prémios Nobel começam a ser conhecidos. Vencedores levam 930 mil euros

07 out, 2013 - 07:37

Este ano, há um número recorde de candidaturas. O primeiro prémio a ser divulgado é o da Medicina, mas é o da Paz que mais expectativa gera. E o que fazem os vencedores ao prémio monetário?

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Começa esta segunda-feira a temporada dos prémios Nobel 2013 com a divulgação do galardão para a área da Medicina. O Nobel da Paz é o que gera mais especulação, mas só vai ser conhecida no dia 11.

Entre os nomes mais falados está a jovem activista paquistanesa Malala Yousafzai, que foi vítima de um ataque talibã, o médico congolês Denis Mukwege (ginecologista especializado no tratamento de vítimas de violações na República Democrática do Congo) e militantes dos direitos humanos da Rússia e da Bielorrússia.

Na semana passada, um grupo de cidadãos russos anunciou ter proposto o Presidente da Rússia, Vladimir Putin, para o mais conhecido galardão. Em sua defesa argumentaram a sua acção decisiva para evitar uma intervenção militar internacional na Síria.

Mas o primeiro prémio a ser conhecido é para a Medicina. O nome do laureado vai ser divulgado hoje, às 11h30 (10h30 de Lisboa), pelo Comité Nobel do Instituto Karolinska em Estocolmo.

Seguem-se as áreas da Física (dia 8), da Química (dia 9), da Literatura (dia 10), da Paz (dia 11) e da Economia (dia 14).

O Nobel da Literatura também reúne alguma especulação. A bielorrussa Sveltlana Alexievitch, a norte-americana Joyce Carol Oates, a canadiana Alice Munro e a argelina Assia Djebar são alguns dos nomes mais falados.

Mas o escritor japonês Haruki Murakami, o romancista norte-americano Philip Roth e o poeta sul-coreano Ko Un também parecem bem colocados na corrida.

Os diferentes comités de atribuição mantêm o secretismo habitual sobre os nomes dos possíveis candidatos à galeria de notáveis, mas o Comité Nobel norueguês, que atribui o Nobel da Paz em Oslo, já afirmou ter recebido, este ano, um número recorde de candidaturas: 259.


Mais de 900 mil euros por prémio. O que fazem os vendedores ao dinheiro?
O montante dos prémios foi fixado em 2012 em oito milhões de coroas suecas (cerca de 930.000 euros). Os laureados recebem os respectivos prémios em cerimónias oficiais em Estocolmo e em Oslo, no dia 10 de Dezembro, dia do aniversário da morte do fundador do galardão, Alfred Nobel, em 1896.

Os prémios Nobel nasceram da vontade do químico, engenheiro e industrial sueco Alfred Nobel (1833-1896) em doar a sua imensa fortuna para o reconhecimento de personalidades que prestassem serviços à humanidade.

O inventor da dinamite expôs este desejo num testamento redigido em Paris em 1895, um ano antes da sua morte.

Os prémios foram atribuídos pela primeira vez em 1901.

Nos últimos 111 anos, os galardões distinguiram 838 pessoas (44 mulheres e 794 homens), com uma média de idade de 59 anos, e 24 organizações.


O que fazem os vencedores com o dinheiro do prémio?
A garantia da independência financeira, apoiar uma boa causa ou simplesmente oferecer. Os vencedores dos prémios Nobel utilizam de forma por vezes surpreendente a liberdade que têm para gastar os oito milhões de coroas suecas (925.000 euros) que recebem.

Os vencedores podem usar como quiserem a recompensa financeira que lhes é atribuída.

O galardoado com o Nobel da Física em 2012, Serge Haroche, afirma que "não teve tempo de pensar no dinheiro", mas admite investi-lo em imobiliário, como vários outros vencedores, entre os poucos que se atrevem a falar no prémio monetário.

"Penso que depende muito do seu país de origem, das suas finanças pessoais e de quem são na vida", explica à agência de notícias AFP o director-geral da Fundação Nobel, Lars Heikensten.

O austríaco Elfriede Jelinek, distinguido em 2004 com o prémio da Literatura, declarou que garantiu a sua "independência financeira".

Outros vencedores optaram por dar asas às suas paixões, como o Nobel da Medicina de 1993, Richard Roberts, que construiu um campo de jogos junto à sua casa.

Os laureados com o Nobel da Literatura são os mais discretos na utilização das suas novas fortunas.

"Embora os autores que ganharam o Nobel sejam bastante conhecidos, muitos deles não ganham muito dinheiro com os seus livros", explicou a investigadora da Universidade de d'Uppsala, Anna Gunder.

Para os vencedores do Nobel da Paz, a decisão é, muitas vezes, mais clássica. As personalidades do mundo da política, as organizações ou os activistas laureados estão, geralmente, no centro das atenções e são convocados para explicar o que vão fazer com o prémio monetário.

Muitos dos vencedores do Nobel da Paz, como o Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama (em 2009) e a União Europeia (em 2012) contribuíram para organizações de caridade, enquanto outros optaram por investir nos seus próprios projectos.
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