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Patriarca católico distancia-se de Assad

18 out, 2013 - 12:12

Segundo o Ministério dos Negócios Estrangeiros de Moscovo, cerca de 50 mil cristãos sírios pediram cidadania russa.

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Um dos mais influentes líderes cristãos da Síria declarou, em entrevista à BBC, que a sobrevivência da comunidade cristã naquele país não depende da continuação do regime secular de Bashar al-Assad.

O Patriarca da Igreja Católica Melquita, Gregório III Laham, tem sido considerado um apoiante do Presidente da Síria. A maioria dos cristãos apoia o regime de Assad, temendo os efeitos da sua queda e eventual substituição por um Governo islamita.

Mas agora o líder cristão vem dizer que a comunidade cristã não vai ser eliminada e que para isso não depende da continuidade de Assad no poder.

Segundo o patriarca, os cristãos podem mesmo ser um factor essencial para conseguir a reconciliação e a paz num país que é devastado pela guerra civil há mais de dois anos, tendo morrido pelo menos 115 mil pessoas.

“Precisamos de uma nova visão e essa é a nossa missão enquanto cristãos, especialmente os cristãos árabes têm este papel a desempenhar para mudar a visão”, explica.

Na sua entrevista Gregório III saúda a decisão de destruir as armas químicas na Síria e pede ainda que todos os combatentes estrangeiros deixem o país, para que se possa proceder à reconciliação. Há estrangeiros a combater de ambos os lados do conflito, embora assumam um papel mais significativo do lado dos rebeldes.

Entretanto da Rússia chega a informação de que representantes da comunidade cristã da Síria terão escrito para Moscovo a pedir que lhes seja concedida nacionalidade russa.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros de Moscovo colocou no seu site uma tradução russa da carta, escrita em árabe. Alegadamente a carta terá sido motivada por recentes incursões de rebeldes em Qalamoun, uma zona tradicionalmente cristã, que resultou na profanação de igrejas antigas e execução sumária de cristãos que se recusaram a abandonar a sua fé.

Segundo a carta os subscritores, que chegarão a 50 mil pessoas, não querem abandonar a Síria, mas apenas usufruir da protecção que a cidadania russa lhes conferiria. A carta está, de resto, repleta de elogios à Rússia e acusações contra o ocidente.

“Os cristãos de Qalamoun acreditam que o objectivo dos terroristas apoiados pelo Ocidente é de eliminar a nossa presença naquela que é a nossa terra nativa”, diz a carta. Noutra passagem lê-se: “Vemos a Federação Russa como um poderoso factor de estabilidade e paz global. A Rússia segue uma linha firme de defesa da Síria, do seu povo e da sua integridade territorial”.
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