Os rebeldes houthis que controlam grande parte do Iémen dizem-se dispostos a aceitar uma trégua de cinco dias proposta pela Arábia Saudita, para permitir a entrada de ajuda humanitária.
Os houthis, xiitas apoiados pelo Irão, lutam juntamente com alguns elementos das forças armadas leais ao ex-presidente Saleh contra uma força composta essencialmente por tribos sunitas e outras unidades das forças armadas, leais ao presidente Hadi, que se encontra refugiado na Arábia Saudita.
A Arábia Saudita apoia Hadi e tem levado a cabo ataques aéreos contra posições houthis.
Os rebeldes xiitas aceitam a trégua mas avisam que estão prontos a responder a qualquer provocação, incluindo de elementos da Al-Qaeda e do Estado Islâmico que também têm uma presença no terreno mas lutam contra ambos os lados, com particular vigor contra os houthis, considerados hereges por serem xiitas.
A trégua, que pode entrar em vigor a partir de terça-feira, permitirá a entrada de ajuda humanitária para a população civil que tem sofrido mais com a guerra. O Irão já disse que vai enviar um navio com material humanitário para um porto controlado pelos houthis, mas é provável que este seja bloqueado pelos sauditas, aumentando a tensão já existente entre as duas potências do Médio Oriente.
Os sauditas têm sido criticados pelas Nações Unidas pelo elevado número de mortes civis provocadas pelos seus ataques aéreos. Recentemente Ríade avisou que todos os civis devem abandonar o distrito de Saada, uma base de apoio dos houthis que fica na fronteira com a Arábia Saudita, fazendo antever um ataque em larga escala. Contudo, os habitantes daquela região não têm, na grande maioria, forma de fugir.
O bombardeamento indiscriminado de áreas povoadas, com ou sem aviso prévio, é contrária ao direito humanitário internacional”, disse, em comunicado, o coordenador humanitário das Nações Unidas para o Iémen, Johannes van der Klaauw.
“Muitos civis estão de facto presos em Saada e não têm acesso a transportes por causa da falta de combustível. Um ataque a um distrito inteiro porá incontáveis civis em risco”, conclui o representante da ONU.