Há um surto de febre tifóide no campo de refugiados de Yarmouk, na Síria, que faz com que a ONU lance mais um alerta sobre a "situação desesperada" que se vive naquele campo nos arredores de Damasco e volte a pedir acesso directo ao seu interior. Segundo as Nações Unidas, a situação nunca foi tão grave e a ajuda humanitária tão urgente.
O campo de Yarmouk é uma autêntica cidade que abriga refugiados palestinianos desde 1957 e chegou a ter mais de 160 mil habitantes, antes de começar a guerra na Síria. Agora, terá cerca de 20 mil.
"Há mulheres a morrer no parto por falta de assistência médica, as crianças comem erva porque não há comida e o fornecimento de água potável não funciona desde Setembro", disse à Reuters o porta-voz da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA), Chris Gunness.
Em Abril, o campo foi atacado por membros do grupo terrorista Estado Islâmico. Os jihadistas foram derrotados, mas o campo é agora controlado por um dos braços da Al-Qaeda. A quase totalidade dos habitantes de Yarmouk depende da ajuda da ONU para ter comida, água e cuidados de saúde.
Seis casos de febre tifóide foram confirmados pelos trabalhadores da UNRWA, que teve, pela primeira vez desde Junho, acesso a refugiados de Yarmouk.
"O nosso receio é que estes casos representem apenas a ponta de um icebergue, porque a falta de cuidados de saúde criou um risco enorme de aparecimento de doenças", disse Chris Gunness.
"A situação é desesperada e o sofrimento pode ser muito maior e mais intenso no interior do campo", acrescentou. Isto porque a agência da ONU continua sem ter acesso directo ao campo – só conseguiu atender refugiados em Yalda, uma localidade a leste de Yarmouk.
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