11 set, 2015 - 16:31
O ministro húngaro dos Negócios Estrangeiros, Peter Szijjarto, admite que até ao final do ano podem chegar ao país meio milhão de refugiados. Para travar esta vaga, o governo aprovou novas medidas de controlo e acelerou a construção do muro na fronteira com a Sérvia.
"A partir da próxima semana, os migrantes que atravessarem a fonteira ilegalmente vão ser presos", avisou esta sexta-feira o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán.
A polícia está a investigar um vídeo amador divulgado naa internet, supostamente filmado no campo de refugiados de Roszke (Hungria). A gravação mostra dezenas de pessoas, num hangar, a lutar por sanduíches em sacos de plástico, lançadas pela polícia para a multidão.
As autoridades decidiram, nas últimas horas, enviar 40 mil soldados para reforçar a segurança das fronteiras, numa altura em que a polícia austríaca anunciou o encerramento de uma das fronteiras com a Hungria.
As autoridades já interceptaram este ano mais de 150 mil refugiados provenientes de países com conflito. A grande maioria quer seguir para os países mais ricos da Europa. Na "rota dos Balcãs", os migrantes passam pela Grécia, Macedónia e Sérvia, antes de entrarem na Hungria, o primeiro país da União Europeia onde chegam e a partir do qual desejam prosseguir viagem para países como a Alemanha ou Suécia.
Novo recorde de refugiados
A entrada de 7.600 refugiados na Macedónia a partir da Grécia, a maioria vindos da Síria, de quarta para quinta-feira, é um novo recorde.
"Temos informação dos nossos colegas gregos de que estão a caminho autocarros, por isso [os refugiados] continuarão a chegar", afirmou à Reuters Alexandra Krause, do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).
As Nações Unidas enviaram 300 casas pré-fabricadas para ajudar os 95 mil refugiados que estão na Sérvia, Macedónia e na Grécia.
O director da UNICEF para o Médio Oriente e Norte de África receia que milhões de pessoas na Síria possam procurar refúgio na União Europeia e noutros locais se a guerra no país não terminar. Peter Salama, citado pela agência Reuters, garante que há oito milhões de sírios deslocados dentro do país.