14 set, 2015 - 11:30
A Áustria vai convocar "imediatamente" 2.200 militares para apoiar a polícia na gestão do fluxo de migrantes que chegam ao país, vindos principalmente da Hungria, anunciou hoje o chanceler austríaco, Werner Faymann, em conferência de imprensa.
Viena vai mobilizar "nas próximas duas horas" os militares do exército para apoiar a polícia em acções "de controlo de fronteira, se necessário", disse Werner Faymann, no dia seguinte à reintrodução, por parte da Alemanha, do controlo das fronteiras na sequência do aumento do fluxo de migrantes, provenientes maioritariamente da Síria.
"A tarefa do exército é principalmente fornecer ajuda humanitária no interior do país, mas também desempenhar um papel de apoio ao controlo na fronteira, sempre que necessário", disse o líder austríaco.
A Áustria tem sido um país de passagem para os migrantes que
tentam chegar à Alemanha vindos da Hungria, que viu o movimento de migrantes
intensificar-se antes da entrada em vigor de uma nova legislação que dificulta
a imigração no país.
A decisão da Alemanha e da Aústria de fortalecimento do controlo fronteiriço "é um sinal claro que de isto não pode continuar assim, com as pessoas a atravessarem as fronteiras em massa", acrescentou o vice-chanceler da Áustria, Rudolph Mitterlehner, na conferência de imprensa, na qual salientou que o direito de asilo deve continuar a ser concedido.
Já a Alemanha explicou, esta segunda-feira, que restabelecimento dos controlos de fronteiras não significa que o país esteja a fechar a entrada aos migrantes e aos requerentes de asilo, declarou o porta-voz da chancelaria. O objectivo de Berlim é tornar o processo "mais ordenado".
Os governos da Eslováquia e Polónia anunciaram que estão preparados para também impor um maior controlo nas suas fronteiras.
Novo recorde de entradas
Um total de 5.809 migrantes entrou na Hungria no domingo, batendo o recorde do dia anterior, estabelecido em 4.330 pessoas, informou a polícia húngara.
Os refugiados, na sua maioria oriundos da Síria, Iraque e Afeganistão, entraram através da fronteira de Röszke, onde o Governo húngaro tinha uma barreira de arame farpado e que agora está a reforçar com um muro de quatro metros de altura que deverá estar concluído muito brevemente.
As Nações Unidas já renovaram o apelo para uma atitude de solidariedade para com os refugiados. O alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Zeid Ra’ad Zeid Al-Hussein, pediu o fim das detenções daqueles que procuram asilo, especialmente as crianças, lembrando que “fogem da guerra e da perseguição”.
A definição de quotas obrigatórias para o acolhimento de refugiados pelos Estados-membros da União Europeia marcará, esta segunda-feira, o conselho extraordinário de ministros da Justiça e Assuntos Internos em Bruxelas.