16 set, 2015 - 15:37
O responsável pela polícia europeia – Europol acredita que até 30 mil pessoas, repartidas por vários gangues em diferentes países, estão envolvidas no tráfico de refugiados para a Europa.
Rob Wainwright disse que a descoberta de 71 corpos dentro de camião na Áustria, no mês passado, conduziu os investigadores da Europol a uma rede gigante de contrabandistas de seres humanos, com uma dimensão maior do que pensavam.
“O trágico incidente na Áustria é um sintoma da explosão deste crime”, afirmou à agência Reuters. “A crise de refugiados é um íman para milhares de criminosos”.
Só este ano, foi recolhida informação sobre 30 mil suspeitos e de associados envolvidos neste tráfico. “Isto mostra a magnitude desta actividade criminosa”, sublinha.
A Europol, que tem cerca de 950 pessoas a trabalhar em Haia, está a coordenar 1.400 investigadores pelo continente.
Quase todas estas pessoas atravessaram o mar Mediterrâneo, muitas vezes em embarcações frágeis e em condições precárias, mediante um pagamento a redes de tráfico de seres humanos. A maior parte foge de guerras e perseguições, colocando-se à mercê das redes de tráfico numa tentativa de encontrar melhores condições de vida e segurança. Aceitam, por isso, fazer viagens perigosas.
Até esta semana, a maioria dos migrantes e refugiados viajava pela Grécia, através da Macedónia e Sérvia, até à Hungria. No entanto, este país selou as suas fronteiras, impedindo-os de entrar. O Governo aprovou novas medidas de controlo e começou a deter as pessoas que entram de forma ilegal.
A nova rota leva-os à Croácia, de onde entram na Eslovénia para chegar ao norte da Europa.
Mais de meio milhão de migrantes foram registados nas fronteiras da União Europeia desde o início do ano. É o dobro dos 280 mil contabilizados ao longo de 2014, informou a agência europeia de controlo de fronteiras - Frontex.