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Os EUA, a Síria e os “bons rebeldes” desaparecidos

17 set, 2015 - 15:40

Washington investiu mais de 400 milhões de euros num programa para treinar cinco mil rebeldes sírios para combater o Estado Islâmico. Dos 60 que foram treinados, restam quatro ou cinco.

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Esta é uma história de fracasso em toda a linha e que fica ainda mais clara com números. Em Maio os Estados Unidos deram início a um programa no valor de mais de 4,4 milhões de euros que visava treinar até 5,400 sírios por ano para combater, no terreno, o autodenominado Estado Islâmico.

O objectivo era ajudar os sírios a travar o grupo terrorista sem colocar forças americanas no terreno e sem auxiliar ou credibilizar de alguma forma as forças leais a Bashar al-Assad. Os EUA já apoiam alguns grupos que combatem o Estado Islâmico, mas são sobretudo grupos de natureza étnica, compostas por curdos, cristãos ou yezidis. Este programa seria para árabes também e incluía treino militar e não apenas o fornecimento de apoio logístico.

Mas não começou da melhor maneira. Em Julho foi para o terreno o primeiro grupo de 54 soldados. Actualmente, estão a receber formação pouco mais de uma centena, ou seja, muito menos do que o objectivo de vários milhares previsto para cada ano.

A história piora. Quando foram enviados para o terreno o pelotão de 54 soldados foi imediatamente atacado por forças leais à Al-Qaeda, que supostamente também estavam a combater os jihadistas. A maioria dos que não foram mortos limitaram-se a fugir.

Actualmente, segundo um general americano, os efectivos no terreno contam-se pelos dedos de uma mão. “Estamos a falar de quatro ou cinco”, disse na quarta-feira o general Lloyd J. Austin III, que testemunhava diante de uma comissão do senado americano.

Questionado por jornalistas sobre o total fracasso do programa, o porta-voz da Casa Branca admitiu que “a administração sabia à partida que esta seria uma tarefa muito difícil, e comprovou ser ainda mais difícil do que pensávamos”. Mas Josh Earnest defendeu o presidente contrapondo que muitos dos que agora criticavam a administração tinham proposto precisamente o treino de rebeldes locais como solução para o problema.

A notícia do fracasso deste programa surge no final de uma semana difícil para as Forças Armadas americanas que começou quando vários analistas que trabalham para os serviços de informação se queixaram que os seus relatórios sobre o Estado Islâmico tinham sido editados e alterados por figuras superiores na hierarquia, de modo a dar a ideia que o grupo estava mais fraco do que está na realidade.

Comentários
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  • Antonio Coelho Rodrigues
    18 set, 2015 Sátão - Viseu 01:25
    Por eu descrever o ideal dos E U A aquando da invasão ao Iraque, naquela data fui muito mal tratado por três amigos americanistas e grandes defensores de Bush. Hoje reconhecem que eu tinha rezão, mas ainda não tiveram a humildade de me pedir desculpa... Também hoje afirmo que Kerry, secretário de estado da América, é o maior causador da crise na Síria...
  • fr
    17 set, 2015 coimbta 23:36
    asassinos, sanguinários que fazem favores ao governo USA---> boa gente asassinos, sanguinários que se opõem aos USA---> má gente onde é que está o bom senso?
  • Ernesto
    17 set, 2015 esmoriz 22:02
    Ainda bem que nos USA são apontados os dedos dos erros às claras pois noutros paises como a russia nem a net é livre quanto mais saber seja o que for por isso se chama cortina de ferro
  • António Lapa
    17 set, 2015 AMADORA 19:57
    A história irá julgar este país pelo mal que tem feito ao mundo. A política externa dos EUA É DE AUTÊNTICO TERRORISMO e de completo desrespeito pela liberdade de os povos escolherem os seus governos possíveis. Parem de armar grupos que não conhecem ! A história destes países tem sido escrita com sangue de lutas intestinas nunca apaziguadas. Parem de fomentar a discórdia, se alguma concórdia existiu, deixem os povos viver em paz !
  • Carlos Augusto
    17 set, 2015 19:40
    Em nome da "democracia", e depois de toda a violencia fomentada pelos EUA na Síria, eis o resultado. O TERROR!
  • antonio leonel costa
    17 set, 2015 Belas 19:21
    Mais outra mentira da CIA e dos seus apaniguados Ocidentais incluindo os pasquineiros (ditos jornalistas) em Portugal. O que a Cia fez foi treinar ou quis treinar pessoas de carne para canhão para combater o Presidente legitimo da Síria e não para combater o Estado Islamico mas eles pulhas foram rapidamente dizimados e outros agarraram no dinheiro que lhe deram e tentaram de fugir para a Europa. O Presidente da Siria desmascarou na sua entrevista e culpou o Ocidente e os EUA, por intermédio da Cia, de estar a apoiar os "rebeldes" criminosos e a apoiar o E.I. e não foi desmentido. Cambada de criminosos que estão no poder nos EUA em que Obama não passa de um palhaço e nada mais. Criminosos e causadores disto tudo que está a acontecer na Síria. Bandalhos.
  • Verdade
    17 set, 2015 Almada 19:19
    Sempre os americanos "ajudaram" as forças rebeldes (amigos como a Al-qaeda) que lutam contra os poderes instalados nos países principalmente com petróleo (Iraque, Líbia, Afganistao, Síria, etc...) e que mais tarde se transformam em inimigos. Não há país no mundo com melhores qualidades para transformar "amigos" em "inimigos" que os Est. Unidos.
  • Paulo
    17 set, 2015 Olhão 18:45
    Só gostava de saber em que domínio, o ditador Bashar al Assad, é pior que reis, príncipes, sheiks e emires do golfo pérsico.
  • José Gonçalves
    17 set, 2015 Alfragide 18:24
    Claro mais uma vez estão do outro lado, o costume. Quando yanque mete o bodelho sai porcaria.

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