18 set, 2015 - 10:33 • André Rodrigues
Milhares de pessoas continuam a chegar à fronteira entre a Sérvia e a Croácia, já depois do governo croata ter ordenado o encerramento de sete dos oito pontos de passagem entre os dois países.
Testemunhos da agência Reuters dão que conta de que, nas últimas horas, um número indeterminado de refugiados converge para Sid, uma localidade do lado sérvio na fronteira com a Croácia, mas as autoridades de Zagreb admitem agora que não há mais capacidade para continuar a receber refugiados.
O ministro croata do Interior, Ranko Ostojic, já tinha avisado que as fronteiras seriam cortadas se o afluxo de migrantes continuasse a bater nos oito mil por dia.
Também a Eslovénia fechou a fronteira com a Croácia. Nas últimas horas, a polícia impediu a passagem de um comboio com refugiados, precisamente oriundo da Croácia.
O governo esloveno já fez saber que quem atravesse a fronteira sem documentos, ou sem requerimento de asilo, será devolvido às autoridades croatas.
Na Hungria, as autoridades continuam a trabalhar para construir mais uma vedação para impedir a entrada de migrantes na fronteira com a Roménia, depois da que já construiu na fronteira com a Sérvia.
"O governo decidiu lançar preparativos para a construção de uma vedação na fronteira entre a Hungria e a Roménia, estendendo-se do triângulo formado pelas fronteiras sérvia, húngara e romena por uma distância razoável", disse Peter Szijjarto numa conferência de imprensa em Budapeste na terça-feira.
Sinais de abertura surgem no entanto da República Checa. Em entrevista a um jornal que será publicada esta sexta-feira, o primeiro-ministro checo admite conceder asilo até um máximo de 15 mil refugiados.
O governo de Praga mantém a rejeição às quotas obrigatórias para a distribuição de refugiados proposta pela Comissão Europeia e espera que seja encontrada uma solução comum até ao Inverno.
Esta sexta-feira, representantes do Parlamento Europeu, França, Áustria e Alemanha reúnem em Viena para discutir a crise humanitária. É um encontro preparatório da cimeira da União Europeia agendada para a próxima semana, onde será debatida a proposta para a distribuição de mais 120 mil refugiados.