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Crise migratória e jihadistas dominam discursos na ONU

28 set, 2015 - 17:21

A abertura da 70.ª Assembleia Geral da ONU está marcada por vários discursos. A crise migratória e a acção do autodenominado Estado Islâmico dominam as intervenções.

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O Presidente de Portugal é o 17º orador. A intervenção de Cavaco Silva será sobre as áreas mais relevantes da política externa portuguesa e sobre a participação de Portugal nas Nações Unidas.

Ban Ki-moon. O secretário-geral da ONU pediu à Europa para fazer mais na resposta à crise migratória, lembrando que no final da Segunda Guerra Mundial foram os cidadãos europeus "que procuravam a ajuda do muncdo".

"Devemos combater a discriminação. No século XXI não devíamos estar a construir valas ou muros", disse o diplomata sul-coreano.

O chefe da ONU lembrou que o Líbano, Jordânia e Turquia estão a "receber generosamente vários milhões de refugiados sírios e iraquianos" e que os países em desenvolvimento continuam a receber grande número de deslocados apesar dos "recursos limitados".

Por outro lado, instou a comunidade internacional a alcançar compromissos para pôr fim à guerra na Síria e a unir-se para travar grupos extremistas como o autodenominado Estado Islâmico. "Cinco países, em particular, têm a chave: Federação Russa, Estados Unidos, Arábia Saudita, Irão e Turquia. Mas enquanto uma parte não chegar a um compromisso com a outra, é inútil esperar uma mudança no terreno", disse.

O responsável da ONU garantiu que a "paralisia diplomática" do Conselho de Segurança, entre outros factores, permitiu que a crise se tenha descontrolado e lembrou que a luta na Síria é alimentada, em parte, por "poderes e rivalidades regionais".

Dilma Rousseff. A Presidente brasileira Dilma defendeu acolhimento aos refugiados e o combate a "actos de barbárie" como os do grupo Estado Islâmico.

"Num mundo onde circulam, livremente, mercadorias, capitais, informações e ideias, é absurdo impedir o livre-trânsito de pessoas", afirmou Rousseff sobre os refugiados, realçando que o militarismo apoiado por outros países no Médio Oriente e no norte de África deu força à proliferação do terrorismo e da existência de refugiados, que fogem desses locais.

Rousseff disse que a ONU está diante de um grande desafio e afirmou que o Brasil é um país de acolhimento, que está "de braços abertos" para receber refugiados.

Ainda relativamente a assuntos internacionais, Rousseff também defendeu a criação de um Estado palestiniano que conviva com Israel, o fim dos assentamentos nos territórios ocupados pelos israelitas na região e uma reforma da estrutura da ONU, principalmente no Conselho de Segurança, ao qual o Brasil tem pretensões como membro permanente.

Barack Obama. Para resolver o conflito na Síria, o Presidente garante que os Estados Unidos estão disponíveis para trabalhar com qualquer país, incluindo a Rússia e o Irão.

No seu discurso, Obama considerou que o líder sírio é um tirano. "Quando um tirano é o principal culpado pela morte de dezenas de milhares do seu próprio povo, não se trata apenas de um assunto interno de uma nação, o sofrimento humano é de tal dimensão que nos afecta a todos".

O Presidente reconheceu que a força militar necessária não é suficiente para resolver a situação. "Os Estados Unidos estão preparados para trabalhar com qualquer nação, incluindo a Rússia e o Irão, para resolver o conflito. Mas devemos reconhecer que, depois de tanto derramamento de sangue e de tanta carnificina, é impossível regressar à situação que se vivia antes do início da guerra".

Vladimir Putin. O Presidente russo disse que foi um "erro enorme" não cooperar com Presidente sírio, Bashar al-Assad. Ao intervir na assembleia geral, Putin lembrou que o governo sírio e as suas forças armadas têm estado a lutar activamente contra o autodenominado Estado Islâmico na Síria.

"Devíamos reconhecer, finalmente, que o Presidente Assad, os seus militares e as milícias curdas são os que de facto estão a combater os jihadistas e outras organizações terroristas na Síria”, disse.

François Hollande. A França vai abrir os cordões à bolsa e aumentar a ajuda aos países em desenvolvimento a lidar com as alterações climáticas, anunciou esta segunda-feira o Presidente francês.

“Anuncio que o financiamento anual da França para o clima, que hoje é de três mil milhões de euros, vai subir para cinco mil milhões de euros, a partir de 2020”, disse François Hollande no discurso perante a Assembleia Geral da ONU.

Paris recebe a cimeira para as alterações climáticas, em Dezembro deste ano. A França considera que para haver um acordo abrangente os países desenvolvidos têm que apoiar as nações mais pequenas com cerca de 90 mil milhões de euros, a partir de 2020.

[notícia actualizada às 20h08]

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