07 out, 2015 - 10:53
A Academia das Ciências Sueca premiou três cientistas com o Nobel da Química pelos estudos de mecanismos que permitem a reparação de ADN. Os laureados são o sueco Tomas Lindahl, 77 anos, o norte-americano Paul Modrich, 69 anos, e o turco Aziz Sancar, 69 anos.
Os três descobriram mecanismos de reparação de ADN em situações diferentes, mas juntos demonstraram que existem mecanismos básicos que nos permitem manter a integridade do nosso material genético.
Os três investigadores, segundo o Comité Nobel, conseguiram, através de uma espécie de "caixa de ferramentas de reparação de ADN", mapear, a nível molecular, a forma como reparar as células danificadas, permitindo também salvaguardar a informação genética.
"O trabalho desenvolvido (pelos três investigadores) forneceu conhecimento fundamental sobre como funciona uma célula viva e pode ser usada, por exemplo, no desenvolvimento de novas terapias contra o cancro", justifica o Comité Nobel, em comunicado.
Segundo o documento, o ADN é, diariamente, danificado pelas radiações ultravioleta, por radicais livres (quando a molécula "atacada" perde o seu electrão, torna-se um radical livre em si, iniciando uma reacção em cadeia) ou por outros agentes cancerígenos.
"No entanto, mesmo sem esses ataques externos, a molécula de ADN é intrinsecamente instável", lê-se no comunicado, salientando que, diariamente, ocorrem milhares de alterações espontâneas num genoma celular.
Paralelamente, também podem surgir alterações quando o ADN é copiado durante a divisão de uma célula, processo que acontece vários milhões de vezes por dia no corpo humano.
"A razão pela qual o nosso material genético não se desintegra num completo caos químico passa pelo facto de um conjunto de sistemas moleculares monitoriza e repara continuamente o ADN. O Prémio Nobel da Química de 2015 premeia estes três cientistas pioneiros que mapearam a forma como funcionam muitos destes sistemas de reparação a um nível molecular bastante pormenorizado", lê-se no comunicado.
O documento lembra que, no início da década de 1970, os cientistas acreditavam que o ADN era uma molécula extremamente estável.
Os galardoados com o prémio Nobel recebem um diploma, uma medalha de ouro e um prémio monetário no valor de quase 900 mil euros.
Todos os prémios serão entregues a 10 de Dezembro, aniversário da morte do magnata sueco fundador do galardão, Alfred Nobel (1833-1896), químico e inventor da dinamite.