08 out, 2015 - 19:02
O uso de software fraudulento para mascarar emissões de gases nas viaturas do grupo Volkswagen não foi uma decisão da administração, mas de alguns “indivíduos”, afirma o presidente da marca nos Estados Unidos.
Michael Horn testemunhou, esta quinta-feira, numa comissão de investigação da Câmara dos Representantes do Congresso norte-americano, onde pediu "sinceras desculpas" pelo escândalo, mas defendeu os administradores.
“Foram uns engenheiros informáticos que colocaram isto [o software] por uma razão qualquer”, declarou Michael Horn, sob juramento, perante os congressistas.
O presidente da Volkswagen nos Estados Unidos iliba a administração, mas admite que “algumas pessoas tomaram decisões erradas para tentarem sair impunes” de um escândalo que “teria de ser descoberto”.
O fabricante suspendeu dez directores, incluindo três engenheiros de topo, no âmbito de uma investigação interna.
Este inquérito também apurou que a instalação do software fraudulento começou quando descobriram que um novo motor não iria cumprir os limites de emissões previstos na legislação norte-americana, de acordo com fontes citadas pela agência Reuters.
Michael Horn admitiu esta quinta-feira que a administração Volkswagen, apesar de conhecer desde a Primavera de 2014 saber de um estudo independente a alertar para a fraude, disse ao regulador norte-americano que as emissões acima dos níveis anunciados resultavam de problemas técnicos nos testes.
Só a 3 de Setembro desde ano é que a Volkswagen disse às autoridades americanos que utilizada o software desde 2009, referiu o presidente da marca na Câmara dos Representantes.
O congressista Fred Upton sublinhou que a administração da Volkswagen conhecia a fraude há 18 meses e confrontou Michael Horn.
“O que fizeram para reparar a situação e ficarem limpos, em vez de simplesmente alinharem [na fraude]? Os enganadores nunca prosperam”, declarou o congressista.
Na resposta, o presidente da Volkswagen nos Estados Unidos garantiu que só soube o que era o software fraudulento numa reunião, em Setembro, com a agência ambiental norte-americana.
A sede da Volkswagen, na cidade Wolfsburgo, foi esta quinta-feira alvo de buscas pela polícia alemão, relacionadas com a investigação do escândalo dos motores fraudulentos.
O número de viaturas equipadas com o software fraudulento ronda os 11 milhões em todo o mundo. Em Portugal, haverá 94.400 carros nesta situação.