07 out, 2015 - 18:26
Dois jovens xiitas encontram-se à beira da execução na Arábia Saudita, por alegadamente terem participado em protestos contra o regime, numa altura em que ainda eram menores.
Ali al-Nimr já tinha sido condenado à morte por decapitação e crucificação pela sua participação nos protestos de 2012 no leste da Arábia Saudita e agora, segundo a organização britânica Reprieve, que protesta contra a pena capital, Dawoud al-Marhoon foi também condenado à morte por decapitação pela mesma razão.
Ambas as penas foram confirmadas pelo tribunal de recurso pelo que agora, de acordo com a Reprieve, os rapazes podem ser executados a qualquer momento, sem que as suas famílias sejam informadas previamente.
“Calcula-se que as execuções avancem apesar da existência de dúvidas sobre a justiça dos julgamentos”, diz a ONG. “Dawoud foi sentenciado depois de uma série de audições secretas que decorreram sem a presença do seu advogado, a quem foi impedido o acesso a informação sobre os recursos”.
A agência Reuters tentou obter declarações do Ministério da Justiça, mas sem sucesso, mas no passado o país tem recusado as críticas ao seu sistema judicial, dizendo que os tribunais são justos e que existem sistemas de recurso que estão conformes a lei islâmica.
Os xiitas são uma minoria na Arábia Saudita, que se apresenta como um bastião do Islão sunita no mundo islâmico. Os xiitas, que vivem sobretudo no leste do país, queixam-se de discriminação e de serem tratados como cidadãos de segunda. Em 2012 houve vários protestos contra o Governo, no decurso dos quais ambos os condenados foram detidos.