12 out, 2015 - 20:08
Está marcada para quarta-feira uma concentração de apoio a Luaty Beirão, o luso-angolano que está detido desde Junho, acusado de “tentativa de golpe” e que está em greve de fome desde o dia 20 de Setembro.
A concentração de solidariedade para com os activistas angolanos vai realizar-se frente ao Gabinete do Parlamento Europeu em Lisboa, no Largo Jean Monet, ao que se segue uma vigília na Praça do Rossio, a partir das 18h30 e vai contar com a presença da secção portuguesa da Amnistia Internacional.
“Luaty Beirão inspira especiais preocupações uma vez que o seu estado de saúde se encontra debilitado devido à greve de fome que encetou em protesto contra a sua detenção e de outros 14 activistas. O activista está desde 9 de Outubro na Prisão Hospital de São Paulo, em Luanda, e durante três semanas ingeriu apenas água com sal e açúcar, providenciada por seus familiares. Aceitou a 11 de Outubro que lhe fosse administrada solução salina por via intravenosa”, indica um comunicado da Amnistia Internacional (AI).
De acordo com o mesmo comunicado, outro dos activistas do grupo de prisioneiros de consciência, Nelson Dibango, entrou em greve de fome a 9 de Outubro.
“A petição da Amnistia Internacional a favor destes 15 activistas conta já com mais de 24 mil assinaturas em Portugal, em pouco mais de uma semana. Na acção de mobilização pública em Lisboa estará presente também o jornalista e defensor de direitos humanos Rafael Marques”, acrescenta a Amnistia Internacional, referindo-se ao autor do livro “Diamantes de Sangue, Corrupção e Tortura em Angola”.
Os 15 angolanos, detidos em Junho, foram formalmente acusados em Setembro de prepararem uma “rebelião” e “tentativa de golpe” e informados apenas a 5 de Outubro, pelo que, segundo a AI, “estiveram em detenção pré-julgamento e sem formulação de acusação mais de 90 dias, como é definido por lei”.
A organização de direitos humanos entende que “as detenções e as acusações formuladas pelo Estado angolano contra os 15 activistas constituem um exemplo chocante do quão longe as autoridades do país estão dispostas a ir para suprimir a dissidência pacífica”.