15 out, 2015 - 10:44
As autoridades alemãs exigiram esta quinta-feira à Volkswagen que chame às oficinas de forma obrigatória e imediata 2,4 milhões dos 2,8 milhões de veículos afectados pela fraude nas emissões poluentes.
A Agência Federal de Veículos a Motor (KBA, sigla em alemão) recusa assim a solução voluntária proposta pelo grupo Volkswagen para sanar a manipulação dos testes de emissões poluentes, um plano enviado na quarta-feira passada às autoridades alemãs.
"Exigimos uma chamada às oficinas para a reparação", afirmou um porta-voz da KBA à revista alemã Der Spiegel, citado pela agência Efe.
Para além disso, a Volkswagen terá de apresentar quanto antes prazos para uma solução dos veículos não incluídos nesta chamada obrigatória, cerca de 400.000 automóveis equipados com motor a gasóleo de 1.6 litros.
Já o governo alemão obriga a Vokswagen a chamar à oficina os carros afectado já a partir de Janeiro de 2016. A informação foi avançada pelo ministro dos Transportes alemão, citado pela agência Reuters.
A Volkswagen reconheceu a 18 de Setembro, após uma denúncia das autoridades norte-americanas, que instalou em 11 milhões de veículos em todo o mundo um dispositivo de manipulação de emissões, que as baixava ao nível legal só quando os veículos estavam a ser testados, mas que em condições normais emitia acima do permitido.
Após o escândalo, que custou o lugar de presidente executivo do grupo a Martin Winterkorn, as autoridades alemãs exigiram à Volkswagen um plano para eliminar na Alemanha o 'kit' fraudulento, que afecta 2,8 milhões de veículos.
Grupo de trabalho português reúne-se
O grupo de trabalho criado pelo Governo para assegurar a monitorização das acções decorrentes da fraude da Volkswagen volta a reunir-se esta quinta-feira, no Ministério da Economia, e terá de apresentar um relatório até 2 de Novembro deste ano.
O ministro da Economia, Pires de Lima, que preside à reunião, deixou na passada terça-feira uma mensagem de confiança no investimento que foi assinado há pouco mais de um ano com o Estado português e que está em execução na Autoeuropa.
Este grupo de trabalho, segundo o despacho do executivo publicado em Diário da República, tem o "objectivo de monitorizar e avaliar as linhas de actuação face aos impactos da crise da Volkswagen, assegurando o respeito pelo ambiente, a fiscalidade, os direitos dos consumidores e a protecção e salvaguarda dos interesses do Estado Português".
O grupo Volkswagen detém em Portugal a fábrica da Autoeuropa, onde são produzidos os modelos Volkswagen Eos, Scirocco e Sharan e Seat Alhambra.
Em Portugal existem 94. 400 veículos a gasóleo do grupo equipados com o software que manipula as emissões poluentes. A SIVA, a representante em Portugal da Audi, Skoda e Volkswagen, avança este número e também a informação de que serão apresentadas, já em Outubro, as soluções técnicas para os automóveis afectados, assim como as medidas a aplicar.