20 out, 2015 - 14:46
O activista angolano Luaty Beirão, acusado de preparar um golpe de Estado, vai continuar em greve de fome, exigindo aguardar julgamento em liberdade, frustrada a tentativa de o demover do protesto.
"Coloquei-lhe a questão, as vantagens e as desvantagens, mas ele disse que perante o que recebeu, não vê porque tem de mudar a posição. Ficou desiludido", disse à agência Lusa o advogado Luís Nascimento, ao fim de uma hora de reunião com Luaty Beirão na clínica privada de Luanda onde o rapper e activista está internado, sob detenção, levando já 30 dias em greve de fome.
Os advogados pretendiam demover Luaty deste protesto, tendo em conta a notificação, na segunda-feira, do início do julgamento da acusação da preparação de um golpe de Estado e de um atentado contra o Presidente angolano (juntamente com mais 16 arguidos), previsto para 16 a 20 de Novembro, no Tribunal Provincial de Luanda.
Em causa está a situação de um grupo de 17 jovens - dois em liberdade provisória - acusados formalmente, desde 16 de Setembro passado, de prepararem uma rebelião e um atentado contra o Presidente angolano.
Luaty Beirão, engenheiro de formação, é um dos rostos mais visíveis da contestação ao regime angolano e já chegou a ser preso pela polícia em manifestações de protesto.
É filho de João Beirão, já falecido, que foi fundador e primeiro presidente da Fundação Eduardo dos Santos (FESA), entre outras funções públicas, sendo descrito por várias fontes como tendo sido sempre muito próximo do Presidente angolano.