23 out, 2015 - 13:00
O escritor português Gonçalo M. Tavares considera que o caso de Luaty Beirão, em greve de fome em Angola há 33 dias, mostra como “a Europa tem receio de afirmar os seus valores” além-fronteiras.
Gonçalo M. Tavares considera que os valores de liberdade e justiça devem ser defendidos. “Não se trata de exportar esses valores, mas trata-se de os defender por vezes no espaço dos outros”, diz o escritor, em entrevista à Renascença (para ouvir no Ensaio Geral desta sexta-feira, depois das 23h00).
O autor de "Aprender a Rezar na Era da Técnica" refere-se ainda à actual crise de refugiados. O escritor considera que esta vaga na Europa deveria levar os Estados europeus a alterarem a legislação de forma a melhor receberem quem procura asilo.
Critica a forma como muitos Estados Europeus reagiram aos refugiados que atravessaram as suas fronteiras. “As pessoas e os Estados reagem de uma forma totalmente circunstancial. Logo de imediato, algo tão forte como estas migrações, devia fazer com que os Estados tivessem um conjunto de leis que se adaptasse a estas migrações, que recebesse de uma forma legal”, defende.
Gonçalo M. Tavares considera “muito importante a questão das leis”. “Pode parecer uma coisa muito legalista, mas é. Se não se passarem as vontades para a lei, as vontades são muito voláteis, as pessoas vão reagindo, um dia as pessoas”, remata.
O Ensaio Geral foi gravado no Festival Fólio, que decorre até domingo em Óbidos.