26 out, 2015 - 00:18
A Grécia compromete-se a aumentar a capacidade de recepção de refugiados. Até ao final deste ano, o Governo de Atenas vai abrir novos centros para acolher mais 30 mil pessoas e o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) também vai construir centros com capacidade para 20 mil deslocados.
Outros 50 mil refugiados serão distribuídos por vários centros do ACNUR, em diversos países dos Balcãs. A União Europeia compromete-se, assim, a criar um total de 100 mil novos lugares para refugiados em centros de acolhimento.
Estas decisões foram tomadas este domingo na reunião que juntou em Bruxelas os 11 líderes dos países da chamada Rota dos Balcãs.
Até ao final da próxima semana serão deslocados para a fronteira com a Eslovénia 400 guardas.
“Temos de reforçar os procedimentos nas fronteiras entre a Grécia e as repúblicas da Macedónia, Albânia e Sérvia em coordenação com a FRONTEX e vamos enviar dentro de uma semana 400 polícias para a Eslovénia”, disse Juncker.
Na conferência de imprensa que se seguiu ao encontro, o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker sublinhou que não há soluções milagrosas.
“Não há soluções milagrosas, fechar as fronteiras não é uma solução a longo prazo. A solução é agir à europeu, de uma forma solidária e responsável, e juntar a políticas às questões legislativas, financeiras e operacionais. A Europa não se constrói uns contra os outros. A Europa constrói-se uns com os outros”, refere.
Convidado para este reunião, o alto comissário das Nações Unidas para os refugiados, António Guterres, deixou claro que o objectivo é criar um sistema de registo dos refugiados terminando com o caos que se vive nas fronteiras externas da União Europa.
“O objectivo é criar um sistema, que eu espero, venha a ser permanente para que os que procuram protecção na Europa não se coloquem nas mãos dos traficantes. Primeiro porque terão acesso a mais meios legais para entrarem na Europa e, em segundo, porque, chegados ao primeiro ponto de entrada, a relocalização permitirá a essas pessoas moverem-se sem problemas para os países onde possam ter novas vidas”, disse.
As verbas envolvidas nesta operação não são conhecidas.
Quase 500 mil pessoas, a maioria sírios e iraquianos, chegaram à Grécia só em 2015, segundo números da União Europeia.