27 out, 2015 - 13:51
20 Junho 2015 – Treze activistas angolanos são detidos em Luanda, por, alegadamente, estarem a preparar uma rebelião em Angola e um atentado contra o Presidente da República, José Eduardo dos Santos. Outros dois jovens são detidos dias depois.
16 Setembro – Jovens activistas são acusados formalmente, mas só são informados a 5 de Outubro
20 Setembro – Esgota-se o prazo previsto na lei angolana (90 dias) para que se conheça um despacho que justifique a necessidade da manutenção da prisão preventiva.
21 Setembro – Luaty Beirão e outros activistas iniciam greve de fome protestando contra o que dizem ser o excesso da prisão preventiva e exigindo aguardar julgamento em liberdade, como prevê a lei angolana. A maioria desistiu da greve de fome passadas três semanas, à excepção de Luaty Beirão.
8 Outubro – Em Luanda, realiza-se a primeira vigília de apoio aos presos políticos, juntando dezenas de pessoas. Sucedem-se outras vigílias a 9 e 11 de Outubro.
9 Outubro - Luaty Beirão é internado no hospital-prisão de São Paulo. Em Lisboa, realiza-se uma manifestação de solidariedade. Novas vigílias repetem-se a 14, 21 e 22 de Outubro em Lisboa e no Porto. Participam várias personalidades públicas e organizações, entre as quais a Amnistia Internacional.
11 Outubro - Ministério dos Negócios Estrangeiros português, Rui Machete, diz que acompanha "com muita atenção" a situação de Luaty Beirão
15 Outubro – Ao 25º dia sem comer nem beber, Luaty Beirão escreve carta em que prescinde de assistência médica caso o seu estado clínico se agrave. No mesmo dia é transferido do hospital-prisão para uma clínica privada, depois de ter tido uma dormência no rosto.
17 Outubro – Representantes de cinco embaixadas europeias em Luanda, incluindo Portugal, visitam o activista na clínica onde está internado.
18 Outubro - Luaty renuncia publicamente o apoio das autoridades portuguesas.
19 Outubro – Várias personalidades políticas e da cultura portuguesa escrevem carta ao ministro dos Negócios Estrangeiros português e ao embaixador português em Angola a exigir a intervenção das autoridades portuguesas para a libertação do activista Henrique Luaty Beirão. Carta é acompanhada por petição pública que é assinada por milhares de pessoas.
20 Outubro - Luaty Beirão pede para se juntar a restantes companheiros no Hospital Prisão São Paulo.
21 Outubro - Representantes da União Europeia reúnem-se com 14 dos activistas detidos
22 Outubro – Amnistia Internacional é recebida pelo ministro Rui Machete, para abordar a questão dos "presos de consciência angolanos e a situação de Direitos Humanos em Angola". No mesmo dia, o embaixador português em Luanda, João Câmara, visita o activista luso-angolano durante 20 minutos. Em Angola, o médico avisa o rapper que a sua vida “está a entrar no ponto de não retorno”. Os outros 14 activistas detidos pedem que Luaty termine a greve de fome.
23 Outubro – Bloco de Esquerda alerta para situação de Luaty Beirão no Parlamento. Os deputados bloquistas envergam t-shirts com as caras dos activistas detidos e pediram a sua libertação. 'Graffiter português Slap pinta retatro de Luaty Beirão no "muro das Amoreiras", em Lisboa
24 Outubro – "Prefiro-te marido, pai e amigo a ter-te como mártir." Mónica Almeida, mulher de Luaty Beirão, escreve-lhe uma carta a pedir que termine a greve, em nome da promessa que fez quando a filha nasceu. Na altura, Luaty prometeu que a filha seria a coisa mais importante da sua vida.
25 Outubro – Jornal de Angola afirma, em editorial, que visita do embaixador português em Luanda ao ativista detido abriu "um precedente grave"
27 Outubro – Luaty Beirão anuncia fim da greve de fome numa carta dirigida aos companheiros de prisão