28 out, 2015 - 10:50
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A Áustria vai erguer uma cerca ao longo da sua fronteira com a Eslovénia para controlar o fluxo migratório, revelou esta quarta-feira a ministra do Interior, Johanna Mikl-Leitner. "Trata-se de garantir uma entrada ordeira [e] controlada no nosso país, não de fechar a fronteira", disse à televisão pública “Oe1”.
"Nas últimas semanas, os grupos de migrantes mostraram-se mais impacientes, agressivos e emotivos", pelo que se afigura necessário "tomar todas as precauções".
Com uma população de apenas dois milhões, a Eslovénia já recebeu 84 mil pessoas nas últimas duas semanas. Para ajudar a gerir a situação, o governo esloveno colocou o exército no terreno e convocou as empresas de segurança privada para prestarem apoio à polícia.
Só entre segunda-feira e terça-feira, a Eslovénia recebeu cerca de oito mil migrantes, mais que o total de pessoas no exército esloveno.
O muro austríaco não será o primeiro: as autoridades húngaras começaram a 13 de Julho a erguer um muro de quatro metros de altura que deverá prolongar-se pelos 175 quilómetros da fronteira entre a Hungria e a Sérvia.
Já o governo búlgaro começou a reforçar o controlo da sua fronteira com a Turquia em 2014. Uma das medidas foi a construção de um muro com cerca de 160 quilómetros ao longo da linha fronteiriça, um dos principais pontos de contrabando para o auto-denominado Estado Islâmico, que opera no Iraque e na Síria.
Mais recente é a vedação de 1,5 quilómetros em Calais, no Norte de França, ao longo da entrada para o Canal da Mancha e que vai dar ao sul de Inglaterra. A estrutura, com pouco menos de quatro metros de altura, é temporária e será aumentada. O Reino Unido está a planear gastar cerca de 31 milhões de euros em novas vedações.
Mais de 700 mil migrantes chegaram em 2015 à Europa através do Mediterrâneo e 3.210 morreram ou desapareceram durante a travessia, anunciou o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).
No total, foram 705.200 os migrantes que fizeram a travessia, 562.355 dos quais chegaram à Grécia e 140.000 a Itália. De acordo com o ACNUR, os sírios representam um pouco mais da maioria dos que chegam, atingindo os 64% no caso da Grécia.