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Donald Tusk. Crise pode provocar "mudanças tectónicas" na Europa

28 out, 2015 - 11:10

"A situação vai deteriorar-se ainda mais", alerta o presidente do Conselho Europeu, lembrando que mais de 700 mil migrantes chegaram este ano à Europa através do Mediterrâneo.

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A pior crise europeia de movimentação de pessoas desde a II Guerra Mundial arrisca desencadear "mudanças tectónicas", preveniu o presidente do Conselho Europeu. Mais de 700 mil chegaram este ano à Europa através do Mediterrâneo.

"A situação vai deteriorar-se ainda mais", afirmou Donald Tusk, alertando para "uma nova vaga de refugiados provenientes de Alepo e de outras cidades sírias sob bombardeamentos russos".

Ao falar no Parlamento Europeu, em Estrasburgo, disse: "Não tenho dúvidas de que este desafio tem o potencial para mudar a União Europeia que construímos". Para enfatizar a sua perspectiva, Donald Tusk sublinhou que "o que é mais perigoso é que [o desafio] tem o potencial para criar mudanças tectónicas na paisagem política europeia, e não são mudanças para melhor".

O presidente da Comissão Europeia já criticou os Estados-membros por não cumprirem o que prometeram, por exemplo no fornecimento de agentes para a agência europeia de fronteiras (Frontex), destinados aos pontos de registo de migrantes na Grécia e na Itália.

Dos 775 prometidos, apenas foram avançados 326, pormenorizou Juncker, que criticou também a falta às promessas de apoio financeiro.

A Organização Internacional das Migrações (OIM) prevê que o fluxo não se reduza, apesar da rápida aproximação do Inverno, depois de reportar a chegada de mais de nove mil pessoas à Grécia durante o fim-de-semana.

Com a maioria destes migrantes a procurarem chegar ao norte da Europa, o fluxo tem submergido os países situados na designada rota dos Balcãs e colocado sob ameaça o sistema Schengen.

Tensões na Europa

Mais de 83.600 pessoas chegaram à Eslovénia desde meados de Outubro, depois de a Hungria ter encerrado a sua fronteira com a Croácia com arame farpado, disse esta quarta-feira fonte policial citada pela Reuters.

Sem resolução rápida deste fluxo, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Eslovénia, país que tem uma população de dois milhões de pessoas, já disse que pondera a instalação de uma barreira na fronteira, guardada por "forças".

As pressões na fronteira já desencadearam trocas agrestes de acusações entre a Eslovénia e a Croácia nos últimos dias.

Mais acima, a persistente onda de chegadas também provocou tensões entre a Áustria e o Estado alemão da Baviera, que acusou a polícia fronteiriça austríaca de deixar passar milhares de pessoas sem informar as autoridades locais bávaras.

Mais de 700 mil migrantes chegaram em 2015 à Europa através do Mediterrâneo e 3.210 morreram ou desapareceram durante a travessia, anunciou o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).

No total, foram 705.200 os migrantes que atravessaram o Mediterrâneo, 562.355 dos quais chegaram à Grécia e 140.000 a Itália.

Comentários
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  • melough
    22 jan, 2016 Faro 11:44
    A Russia Bombardeia a Síria o que faz virem mais refugiados para a Europa...porque não vão para a Russia...Pergunto eu inocentemente
  • António Costa
    28 out, 2015 Cacém 16:13
    Andaram a semear "Primaveras", agora colhem tempestades. Entretanto, grupos como Boko Haram continuam a devastar IMPUNEMENTE a África a sul do Sahara, pondo em fuga as suas populações. E já agora, "os amigos turcos" do Sr. Donald Tusk deviam-se abster de lançar devastadores ataques aéreos contra as Zonas Curdas. É nestas zonas que se refugiaram e concentram as populações civis, em fuga do Estado Islâmico. A União Europeia devia era preocupar-se mais em ajudar o povo Curdo, que foi o único que até recentemente, tinha feito alguma coisa contra o EI.
  • Luis
    28 out, 2015 Lisboa 14:25
    Só há uma solução para se acabar com esta brincadeira toda. Fechar as fronteiras externas da União Europeia.

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