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​Tsipras. “Europa chora lágrimas de crocodilo pelas crianças que morrem no Egeu”

30 out, 2015 - 11:59

Pelo menos 35 pessoas morreram esta semana. Só este ano já chegaram à Europa, através do Mediterrâneo, 700 mil migrantes.

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O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, teceu duras críticas à União Europeia pela forma como tem gerido a crise de refugiados.

“Sinto vergonha desta liderança europeia: quer pela inabilidade para lidar com este drama humano; quer pelo nível de debate, onde todos tentam passar a responsabilidade para o seguinte”, disse no parlamento grego.

“São lágrimas hipócritas e de ’crocodilo’ as que estão a ser derramadas pela morte de crianças na costa do Egeu. Crianças mortas motivam pena. E as que estão vivas e vêm aos milhares e ficam pelas ruas? Ninguém gosta delas”, acrescentou Tsipras.

As declarações foram feitas depois do registo de mais dois naufrágios ao largo das ilhas gregas que provocaram pelo menos 22 mortos, entre eles 13 crianças. Ainda assim, foram salvas 144 pessoas. Mas no total, esta semana morreram nas águas 35 pessoas.

Mais de 700 mil chegaram em 2015 à Europa através do Mediterrâneo e 3.210 morreram ou desapareceram durante a travessia, anunciou o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR). No total, foram 705.200 os migrantes que atravessaram o Mediterrâneo, 562.355 dos quais chegaram à Grécia e 140.000 a Itália.

A Europa enfrenta a maior vaga de refugiados desde a II Guerra Mundial. Centenas de milhares de pessoas chegaram ao território europeu oriundas de África, Médio Oriente e Ásia, levando o Parlamento Europeu a reforçar o orçamento destinado a enfrentar a situação, mediante a proposta da Comissão Europeia, no montante de 1,2 mil milhões de euros.

Com a maioria destes migrantes a procurarem chegar ao norte da Europa, o fluxo tem submergido os países situados na designada rota dos Balcãs e colocado sob ameaça o sistema Schengen. Mais de 83.600 pessoas chegaram à Eslovénia desde meados de Outubro, depois de a Hungria ter encerrado a sua fronteira com a Croácia com arame farpado.

Comentários
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  • Ernesto
    30 out, 2015 esmoriz 17:57
    Senhor sipras porquê os paises ricos arabes não os ajuda? Pimenta no rabo dos outros é refresco no nosso
  • Maria Helena Matos
    30 out, 2015 Lisboa 17:19
    Tsypras tem toda a razão: a morte e as angústias destas pessoas devem fazer com que nos sentemos á mesa para perceber como se pode acabar com esta tragédia. Só que de 31 de boca estamos todos cheios, ideias e propostas para alterar esta situação é que não se veem, e Tsypras não diz uma só palavra sobre a maneira de acabar com isto. Não há uma só ideia, e a Rússia e países comunistas, tão caros a Tsypras, são os primeiros a "chutar" os refugiados para fora das suas fronteiras e a acicatar as desavenças, para além de serem apoiantes do presidente sírio, de onde vêm grande parte dos migrantes fugidos à guerra intestina. Bom era que começasse por dizer ao amiguinho sírio para se deixar de bombardeios sb as populações indefesas que ficam entre o jidaísmo e as tropas governamentais.
  • Henrique Telles
    30 out, 2015 Porto 17:12
    Obviamente que destroça o coração ver aquelas pessoas na situação em que se encontram, no entanto quando vejo esta catástrofe humana vêm-me questões à cabeça. Por exemplo, as monarquias absurdamente ricas do golfo não acolhem um único refugiado. Fazem ilhas artificiais, torres com 800 metros, pistas de ski cobertas com medidas olímpicas no meio do deserto, mas não um campo de refugiados digno desse nome para os irmãos muçulmanos. Já agora porque é que a mole de seres humanos faz dezenas de milhares de km, sobe cordilheiras, atravessa mares e desertos em direcção à Europa mas não faz um desvio de centenas de km em direcção aos emirados? Quem é que traz estas pessoas aos milhares, quem faz a logística, quem os alimenta na viagem? que movimento e interesses estão por trás desta situação aproveitando-se do sentimento de culpa dos europeus por serem civilizados? E já agora porque é que estas pessoas que apesar de tudo estão na sua maioria bem de saúde geram pena nos europeus e os milhões de africanos que morrem de fome e nem uma mão conseguem levantar as mãos para afastar as moscas não? Dito isto, podem insultar-me à vontade, mas já agora respondam também a isto, Na Síria, Líbia, Líbano, Afeganistão, Iraque, Eritreia e todos os países que se lembrarem que se encontram em guerra ou que estão na miséria vivem muitos milhões de pessoas. Vamos acolher todos? É que se acolhemos alguns porque não todos? Porque são muitos?
  • Luis
    30 out, 2015 Lisboa 16:48
    Que culpa tem a Europa que continue a haver traficantes de pessoas que se estão a aproveitar dos refugiados. Esses traficantes são Turcos, do Médio Oriente e Norte de África, nem sequer vivem na Europa
  • Mariazinha
    30 out, 2015 Lisboa 16:35
    "Crianças mortas motivam pena. E as que estão vivas e vêm aos milhares e ficam pelas ruas? Ninguém gosta delas", nisso dou-lhe inteiramente razão. Nisso e na completa incapacidade da Europa lidar com este drama.
  • Nobre
    30 out, 2015 Portugal 16:07
    Nem mais.

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