Siga-nos no Whatsapp
A+ / A-

Crise de migrantes. Merkel alerta para possíveis conflitos nos Balcãs

03 nov, 2015 - 13:50

Vários especialistas têm alertado que, se a Alemanha fechar a sua fronteira com a Áustria, os países dos Balcãs vão acabar por fazer o mesmo.

A+ / A-

A chanceler alemã alertou para possíveis conflitos armados nos Balcãs, por onde passa a maioria dos refugiados, perante a hipótese de a Alemanha vir a encerrar a sua fronteira com a Áustria.

"Nos últimos tempos, a tensão entre os países ocidentais dos Balcãs já se começou a sentir não queremos que esses conflitos cheguem a confrontos militares", afirmou Angela Merkel.

Vários especialistas têm alertado que, se a Alemanha – principal destino dos migrantes, em especial dos que fogem da guerra na Síria -, fechar a sua fronteira com a Áustria, os países dos Balcãs vão acabar por fazer o mesmo.

No final de Outubro, a União Europeia (EU) anunciou a criação de 100 mil vagas para acolher refugiados na Grécia e nos Balcãs, a fim de conter a crise migratória sem precedentes que provocou tensões entre a Eslovénia, Croácia, Sérvia e Hungria.

Dentro da Alemanha, a questão dos refugiados também está a dividir a coligação conservadores/social-democratas, que não conseguiu chegar a acordo na reunião realizada no passado domingo.

Entretanto, está marcada uma nova ronda de negociações para quinta-feira, que se deverá debruçar na criação, imaginada pelos conservadores, de "zonas de trânsito" na fronteira germano-austríaca para acelerar a revisão dos registos e despejos, uma ideia já rejeitada pelo Partido Social Democrata.

Merkel garantiu que, caso a reunião não culmine em acordo, que vão continuar a negociar. "Esta não é a primeira vez que temos de convencer os social-democratas da justeza das coisas", afirmou.

A pior crise europeia de movimentação de pessoas desde a II Guerra Mundial arrisca desencadear "mudanças tectónicas", já preveniu o presidente do Conselho Europeu.

Mais de 218 mil migrantes e refugiados atravessaram o Mediterrâneo para a Europa, em Outubro, o que representa um recorde mensal e quase o mesmo número de travessias registado no ano passado, anunciou o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).

A mesma organização estima que, entre este ano e o próximo, 1,4 milhões de pessoas atravessem o Mediterrâneo em busca de segurança e protecção.

E surgem novos muros

A Áustria anunciou que vai erguer uma cerca ao longo da sua fronteira com a Eslovénia para controlar o fluxo migratório.

Mas este não é o primeiro. As autoridades húngaras começaram a 13 de Julho a erguer um muro de quatro metros de altura que deverá prolongar-se pelos 175 quilómetros da fronteira entre a Hungria e a Sérvia.

Já o governo búlgaro começou a reforçar o controlo da sua fronteira com a Turquia em 2014. Uma das medidas foi a construção de um muro com cerca de 160 quilómetros ao longo da linha fronteiriça.

Mais recente é a vedação de 1,5 quilómetros em Calais, no Norte de França, ao longo da entrada para o Canal da Mancha e que vai dar ao sul de Inglaterra. A estrutura, com pouco menos de quatro metros de altura, é temporária e será aumentada. O Reino Unido está a planear gastar cerca de 31 milhões de euros em novas vedações.


Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • Zé português
    05 nov, 2015 coimbra 14:13
    O capitalismo europeu a esfregar as castanholas de alegria! Para além desta gente que vem para ser escravizada, os naturais e isto no caso português, cujos ordenados já são miseráveis e as condições de trabalho péssimas vão ser a nova escravatura, escravatura do século XXI. Foi para isto que se criou a UNIÂO EUROPEIA, para dobrar a classe trabalhadora e a burguesia se tornar ainda mais burguesa.
  • precisa-se
    05 nov, 2015 lisboa 13:21
    usa, arabia saudita, kuweit etc como principais impulsionadores dos conflitos libios e sirios é que deveriam receber os refugiados ....e os alemães que pelo escandalo da vw se percebe bem a mentalidade deles.....aos alemães e a certos paises europeus e às grandes multinacionais esta "crise" dos refugiados dá jeito terem uma força de trabalho quase escravo á disposição.e viva o bacon.
  • tex
    03 nov, 2015 altura 14:05
    estes imigrantes devem entrar por o irao a dentre ou Kuwait ou Saudi arabia
  • Rui
    03 nov, 2015 Lisboa 14:01
    Qual guerra qual quê. Se os Países dos Balcãs fecharem as suas fronteiras e repatriarem os refugiados, deixará de haver tensões.

Destaques V+