04 nov, 2015 - 12:55
Os militantes do Estado Islâmico que operam na península do Sinai, no Egipto, voltaram esta quarta-feira a reivindicar a autoria da queda do avião russo naquela região, no passado sábado.
A reivindicação do grupo, que se chama Província do Sinai, carece de quaisquer provas e tem sido recebida com cepticismo pelas autoridades russas e egípcias, que continuam a apontar como causa provável uma falha mecânica ou estrutural do aparelho. Um especialista russo chegou a dizer que o avião se tinha partido em dois ainda no ar, o que daria alguma credibilidade à possibilidade de atentado, mas na terça-feira o ministro da Aviação Civil do Egipto veio dizer que não há provas nesse sentido e que é demasiado cedo para chegar a conclusões.
Mas os jihadistas, numa mensagem áudio transmitida no Twitter, dizem que a seu tempo mostrarão as provas e desafiam os investigadores a explicar o que motivou a queda.
“Dizemos aos que negam e aos que duvidam: Morram na vossa frustração”, começa a mensagem.
“Fomos nós, pela graça de Deus, que o abatemos e não temos obrigação de divulgar o mecanismo da sua destruição”, diz o grupo.
A mensagem continua com um desafio aos investigadores. “Por isso vão aos destroços, investiguem, tragam as vossas caixas negras e analisem, façam-nos um resumo da vossa investigação e do produto da vossa investigação e provem que não fomos nós que o abatemos, ou mostrem como é que caiu”.
Há anos que a Rússia se confronta com insurreições de teor jihadista nas suas repúblicas de maioria islâmica, mas Moscovo ficou ainda mais na mira dos movimentos fundamentalistas internacionais desde que começou a envolver-se mais directamente no conflito na Síria, apoiando o Governo na sua luta contra rebeldes, incluindo os que defendem a causa jihadista.
Na primeira mensagem em que reivindicou a destruição do avião, o grupo Província do Sinai disse que se tratava de um acto de vingança pelos civis mortos em bombardeamentos russos na Síria.
Airbus A321, que fazia a ligação entre Sharm el-Sheikh e a cidade russa de São Petersburgo, despenhou-se sábado, matando todas as 224 pessoas a bordo.