06 nov, 2015 - 18:31 • Celso Paiva Sol com agências
Os dados de uma das caixas negras do avião russo, que se despenhou na península egípcia do Sinai, confirmaram o carácter "violento e rápido" dos acontecimentos que levaram à queda do aparelho.
A informação foi avançada por uma fonte próxima deste dossier em Paris, citada pela agência francesa AFP.
Segundo os dados fornecidos pela caixa negra do avião da Metrojet, que regista todos os parâmetros técnicos do voo, "tudo estava normal, absolutamente normal durante o voo, e de repente não há mais nada".
"Isto dá a sensação de rapidez, do carácter imediato" dos acontecimentos, referiu a fonte, numa altura em que as duas caixas negras do aparelho, uma que contém os parâmetros do voo e outra que regista as conversas da tripulação, foram analisadas.
O Airbus A321 da companhia Metrojet caiu no sábado no Sinai, após ter descolado da estância balnear egípcia Sharm el-Sheikh com destino à cidade russa de São Petersburgo, causando 224 mortos.
A autoria do desastre foi reivindicada pelos jihadistas do autoproclamado Estado Islâmico (EI).
As autoridades norte-americanas e britânicas declararam ser possível que um explosivo tenha causado a queda do avião, enquanto o Egipto e a Rússia pediram paciência antes de tirar conclusões até que os resultados da investigação sobre o acidente sejam conhecidos.
O Governo português desaconselhou na quinta-feira viagens para a península do Sinai.
Não haverá turistas portugueses no Egipto
As autoridades portuguesas acreditam nesta altura que não há turistas nacionais no Egipto. A informação só não é 100% rigorosa, porque há sempre movimentações que acabam por escapar aos canais oficiais.
Cruzando os dados apurados junto do Ministério dos Negócios Estrangeiros e junto da Associação das Agências de Viagens, parece de facto não haver dúvidas. As operações turísticas para o Egipto fazem-se quase exclusivamente no Verão e nesta altura, questionados todos os operadores turísticos, não há noticia sequer de uma lua de mel.
Já ao Gabinete de Emergência Consular chegou um único pedido de informações, e mesmo esse foi feito por um português que reside em Londres e que tentava aconselhar-se sobre uma eventual viagem até ao Egipto.
O mesmo tem acontecido com outros cidadãos nacionais, que têm contactado directamente o consulado geral em Londres.
Excluindo os turistas, os dados oficiais apontam para a existência de 147 portugueses registados na sessão consular da embaixada nacional no Cairo, sendo que em Sharm el-Sheikh, residem três desses portugueses.
Um deles está nesta altura a caminho da Europa e outros dois, do sexo feminino, vivem naquela cidade, casadas com cidadãos egípcios.
Formalmente, o Ministério dos Negócios Estrangeiros desaconselha viagens para o Norte do Sinai já desde o passado mês de Março, conselho que agora ganhou outra visibilidade.