08 nov, 2015 - 16:57
A eurodeputada Ana Gomes, observadora da União Europeia às eleições na Birmânia deste domingo, disse à Lusa que na zona da capital birmanesa assistiu a um processo que decorreu bem e com calma.
"Eu só posso falar por aquilo que eu vi e, portanto, é uma visão muito limitada e muito parcial. Ainda não fiz o confronto com os meus colegas que estão cá na missão do Parlamento Europeu e da missão da União Europeia. No grupo em que estava integrada tudo correu bem e com calma", disse Ana Gomes em contacto telefónico a partir de Lisboa, acrescentando que o processo lhe lembrou Timor-Leste pela calma e compostura das pessoas.
Sobre locais visitados, Ana Gomes disse que o acto eleitoral correu com ordem, foi pacífico e que as pessoas estavam claramente muito "entusiasmadas" por votar.
"Nos sítios onde eu estive registou-se uma elevada afluência", disse ainda a eurodeputada portuguesa que esteve em Rangum mas também numa zona fora da capital.
As assembleias de voto para as eleições legislativas que decorreram na Birmânia já fecharam, tendo Ana Gomes assistido também ao início da contagem dos votos.
"Os resultados vão sendo conhecidos parcialmente, são públicos mas o processo de contagem vai demorar algum tempo. Os resultados oficiais vão demorar alguns dias", acrescentou a eurodeputada socialista.
A líder da Liga Nacional para a Democracia, Aung San Suu Kyi, 70 anos, prémio Nobel da Paz, apresentou-se como a provável vencedora seguida pelo dirigente do Partido para o Desenvolvimento e Progresso da União (USDP, na sigla em inglês).
Seja qual for o resultado, o Presidente da Birmânia, Thein Sein prometeu respeitar a vontade dos eleitores expressa nas urnas.
"Aceitaremos o desejo dos eleitores, seja qual for. O mais importante para este país é a estabilidade e o desenvolvimento" disse o chefe de Estado no momento em que votava acompanhado pela mulher no centro eleitoral de Naipyido.
Thein Sein foi primeiro-ministro da última Junta Militar e desde 2001 encabeça um governo civil que defende a implementação de reformas no sentido de uma "democracia disciplinada".