12 nov, 2015 - 07:24
A Grécia vive esta quinta-feira a sua primeira greve geral sob o Governo de esquerda de Alexis Tsipras. Foi convocada pelos principais sindicatos do país contra as medidas de austeridade que resultaram do terceiro resgate.
Ao apelo à greve convocada pelos sindicatos dos sectores público e privado juntou-se a comissão laboral do partido no poder. Os sindicalistas do Syriza apelaram “aos trabalhadores, desempregados, pensionistas, jovens e às mulheres que participem activamente na greve geral de 24 horas”.
Como é habitual na Grécia, a paralisação vai afectar sobretudo os serviços públicos, com uma paragem de 24 horas do metro e de comboios, serviços mínimos na saúde e os barcos a ficarem nos portos. O comércio deverá, na sua maioria, abrir normalmente.
Nos aeroportos haverá um tráfego normal dos voos internacionais, mas vários cancelamentos nos domésticos, devido à adesão à greve do sindicato do pessoal da aviação civil e da companhia aérea Olympic Airways, que apenas opera na Grécia.
Tanto os hospitais como as farmácias também funcionarão com serviços mínimos.
Os meios de comunicação juntaram-se ao protesto e está previsto que apenas trabalhem jornalistas, fotógrafos e técnicos que façam a cobertura da greve.
Na opinião do deputado do Syriza Tasos Kurakis, a participação maciça na greve fortalece a posição negociadora do Governo face aos credores internacionais.
Austeridade diminui “nível de vida da sociedade grega”
O sindicato que representa o sector privado considera que as reformas decididas entre o Governo e os credores prevêem a liberalização do mercado laboral, o aumento da idade de reforma, a redução das pensões e o aumento dos impostos, medidas que “diminuem o nível de vida da sociedade grega”.
Já o sindicato do sector público classificou a greve geral como “a primeira etapa de uma luta” que procura “impedir que a segurança social seja completamente desmantelada e reivindicar um sistema que amplie os direitos e garanta as prestações”.
Para os sindicatos gregos, o Governo não está a respeitar os seus compromissos eleitorais ao adoptar “políticas de austeridade punitivas”.