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Partido de Suu Kyi conquista maioria absoluta no Parlamento de Myanmar

13 nov, 2015 - 06:54

Nobel da Paz dispõe agora de um número suficiente de deputados para ser eleita Presidente. Secretário-geral da ONU alerta que há ainda “muito trabalho” para construir democracia no país.

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A Liga Nacional para a Democracia (LND), o maior partido da oposição em Myanmar (antiga Birmânia), liderado por Aung San Suu Kyi, conquistou a maioria absoluta no Parlamento. Os resultados finais foram divulgados esta sexta-feira pela comissão eleitoral birmanesa.

Segundo os mais recentes dados da comissão eleitoral, a LND conquistou mais 21 assentos na câmara baixa, elevando o total de lugares no conjunto do Parlamento para 348, obtendo a larga maioria.

As eleições decorreram no domingo e os resultados estiveram até agora a ser apurados. Esta sexta-feira foram divulgados os últimos assentos parlamentares, que permitiram que a LND assegurasse a maioria absoluta.

O Presidente norte-americano, Barack Obama, e o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, já felicitaram Suu Kyi pela sua vitória nas primeiras eleições livres em 25 anos no país.

Os dois líderes mundiais elogiaram o Presidente de Myanmar, Thein Sein, por ter conseguido levar a cabo este escrutínio histórico, tendo o Ban Ki-moon reconhecido a sua “coragem e visão” para organizar eleições numa altura em que o partido no poder não é bem visto. Elogiou ainda os militares por aceitarem os resultados, descrevendo tal como “particularmente importante”.

Ban Ki-moon alerta: há ainda “muito trabalho” para construir democracia

Nas suas felicitações a Aung San Suu Kyi, o secretário-geral da ONU advertiu que há “muito trabalho” pela frente para tornar o seu país numa democracia.

Ban Ki-moon descreveu as eleições de domingo como uma “conquista significativa” para a transição política em Myanmar, mas lamentou que muitos eleitores pertencentes a minorias, como os muçulmanos rohingya, não tenham podido exercer o seu direito de voto.

“Ainda há muito trabalho a fazer no caminho para a democracia e para que futuras eleições sejam verdadeiramente inclusivas”, afirmou em comunicado.

A Birmânia foi dominada por regimes militares durante meio século, por via de uma junta e, desde 2011, por um governo quase civil gerido pelos seus aliados.

Contudo, o equilíbrio das forças do poder caminha a passos largos para uma mudança face à vitória da Liga Nacional para a Democracia (NLD), de Aung San Suu Kyi, na sequência das eleições legislativas de domingo, as primeiras livres em 25 anos.

“O povo e os líderes do Myanmar [Birmânia] têm o poder de se juntar e construir um futuro melhor para o seu país, um futuro, onde ninguém é marginalizado, vulnerável ou discriminado”, realçou Ban Ki-moon.

O secretário-geral das Nações Unidas ofereceu ainda o apoio da ONU à Birmânia para que consolide a democracia a alcance progressos em matéria de direitos humanos.

As eleições gerais anteriores foram em 1990 e a LND obteve 59% dos votos, conquistando 81% dos assentos no parlamento. Mas Suu Kyi foi detida pouco antes das eleições e colocada em prisão domiciliar, o que a impediu de assumir o Governo.

Acabou por viver quase 15 anos detida. Foi libertada em 13 de Novembro de 2010, depois de forte pressão internacional. A 1 de Abril de 2012, foi eleita deputada pela Liga Nacional pela Democracia.

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