14 nov, 2015 - 18:54 • Pedro Mesquita
Joana Baptista é uma portuguesa a residir num dos palcos do massacre em Paris, no 10.º bairro. Na noite de sexta-feira viveu momentos de verdadeira tormenta no interior de um bar, onde esteve fechada durante três horas sem saber ao certo o que se passava lá fora.
"O mais assustador é que passou na rua um grupo de pessoas a correr e entraram no nosso bar. Os donos deixaram, mas fecharam logo uma 'cortina metálica'. Nessa altura, fomos todos a correr para a cave. Ficamos lá uns 15 minutos e voltamos a subir para o piso térreo, mas não sabíamos bem o que se estava a passar e acabámos todos por ficar todos fechados no bar durante três horas.
Tentámos, depois, perceber se já era seguro voltar para casa. Não havia táxis e fui a pé para casa, um pouco a medo.”
Apesar do receio que sente, esta emigrante portuguesa tenciona continuar a residir em Paris, onde trabalha há vários anos. Joana Baptista encontra-se, a esta hora, junto ao Bataclã – a sala de espectáculos onde foram assassinadas, a noite passada, dezenas de pessoas.
Joana descreve a dor e o silêncio. "Vim aqui tentar pôr uma vela”, diz ao telefone com a Renascença. “Há muito silêncio, as pessoas estão em estado de choque. Vejo muita gente a passar com flores. Há imensos jornalistas com câmaras e a fazer entrevistas. É um ambiente surreal porque está toda a gente calada.”