14 nov, 2015 - 01:12 • Teresa Almeida
Ricardo Pais é um dos milhares de portugueses que trabalha em França e que assistiu pela televisão a tudo o que se passou. De serviço, no turno da noite, no Restaurante “Saudade”, no centro de Paris, Ricardo garante que viu tudo “pelas televisões” - ele os muitos clientes que na altura jantavam.
Incrédulo, veio-lhe à memória o dia 7 de Janeiro de 2015 – o dia do ataque ao “Chalie Hebdo”. De repente tudo voltou a acontecer. Ricardo, trabalhador da restauração, descreve o momento em que as televisões deram a notícia dos ataques: “Muitos das clientes que aqui estavam começaram a chorar, porque conheciam os locais onde tudo aquilo se estava a passar, sabiam bem os bares que estavam a ser atingidos, porque também lá iam”, com os amigos.
Diz Ricardo Pais à Renascença que “o medo entre eles era geral”. Acrescenta que um acontecimento destes, numa grande cidade como Paris, com certeza, que mexe com toda a gente. Estão todos com pânico e com medo”.
No momento em que falou com a Renascença, já depois da meia-noite em Paris, este restaurante situado bem perto de alguns dos locais dos acontecimentos, era já o único que ainda mantinha as portas abertas, “todos os outros fecharam quando se aperceberam do que se passava”, adianta.
Ricardo Pais, com pouco mais de 30 anos, diz não ter medo mas reconhece que estes acontecimentos “levam-me sempre a pensar no que virá a seguir. Quase tenho a certeza de que não vai ficar por aqui”.