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Fora da Caixa

Catalunha e a independência. Um embrulho difícil de desatar

16 nov, 2015 - 12:40 • José Pedro Frazão

Barcelona força a secessão com uma resolução do Parlamento. Madrid recorre ao Constitucional e consegue a suspensão do processo. A questão da independência da Catalunha regressa ao debate entre Santana Lopes e António Vitorino na Renascença.

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Catalunha e a independência. Um embrulho difícil de desatar

O processo independentista na Catalunha joga-se agora no plano das instituições. O Tribunal Constitucional de Espanha suspendeu a resolução do parlamento catalão que previa o início da tramitação de legislação de finanças, segurança social e de regulamentos constituintes de uma república catalã. A suspensão é automática pela aceitação do recurso do Governo de Madrid, que pede ainda a suspensão de 20 altos funcionários catalães, em caso de incumprimento dos seus mandatos, incluindo o presidente da Generalitat, Artur Mas.

No programa Fora da Caixa da Renascença, Pedro Santana Lopes assinala que este processo “muito complicado” passou para outro patamar.

"Penso que não seria isto que os catalães pró-independência desejariam. É um processo que está coxo pela debilidade da liderança política. Foram criadas três vice-presidências para a CUP, mas ao mesmo tempo Artur Mas não é eleito presidente. Isto tudo é um embrulho que está difícil de desatar. Pelo meio, com o embrulho na mão, vão dando passos em frente, não sabendo o que é que embrulho tem lá dentro. A fraqueza na liderança democrática é sempre um muito mau ingrediente para qualquer processo desta dimensão”, afirma o antigo primeiro-ministro no debate semanal de temas europeus com António Vitorino.

Na Catalunha, debate-se a possibilidade da ameaça sobre Artur Mas poder unir os independentistas que se dividem ao ponto de não conseguirem reeleger o presidente da Generalitat.

Para o antigo comissário europeu, mesmo provada a utilidade de um inimigo externo no processo de construção de uma identidade, há um paradoxo difícil de ultrapassar.

“À medida que vão fazendo subir a temperatura no processo de afirmação de independência também dão provas irrefutáveis de que nem sequer conseguem entender-se para eleger uma liderança. Isto não bate a bota com a perdigota. Permitir-me-ia dizer que isto está cada vez mais difícil formar governos na Península Ibérica. A cada um as suas dificuldades!”, observa António Vitorino, que mantém a tese de que o próximo momento decisivo será a realização das eleições legislativas espanholas em Dezembro.

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