16 nov, 2015 - 10:18
Um indivíduo de nacionalidade belga é o principal suspeito da organização dos atentados em Paris. Abdelhamid Abaaoud está actualmente na Síria. A notícia é avançada pela agência Reuters, que cita fonte próxima da investigação.
“Tudo indica que tenha sido o cérebro por trás dos vários ataques na Europa”, afirma a fonte não identificada. Entretanto, as autoridades judiciais belgas já vieram afirmar que “nada está confirmado sobre este assunto”.
“São apenas rumores e não vamos comentar a notícia”, afirma o procurador de Bruxelas, Eric Van Der Sypt, em declarações à agência Reuters.
De acordo com a rádio RTL, Abdelhamid Abaaoud, de 27 anos, era de Molenbeek, nos subúrbios de Bruxelas, donde também saíram alguns membros da célula do Estado que levou a cabo os atentados.
Em Fevereiro, a revista digital do Estado Islâmico, “Dabiq”, publicou uma entrevista com um islamita com o nome de Abdelhamid Abaaoud, que se vangloriava ter viajado por toda a Europa sem ter sido identificado pelas forças de segurança, com o objectivo de comprar armas e organizar os atentados.
Abaaoud também foi mencionado em vários meios de comunicação social internacionais no ano passado como irmão de Younes Abaaoud, o rapaz de 13 anos que deixou a Bélgica para se tornar uma criança-soldado na Síria.
Identificados mais terroristas
A caça ao homem está em curso, sobretudo, em França e na Bélgica. Esta segunda-feira, o procurador de Paris anunciou, em comunicado, que as impressões digitais de um dos bombistas suicidas responsável que se explodiu junto ao Estádio de França coincidem com as de um homem registado na Grécia em Outubro.
“Nesta altura, enquanto a autenticidade de um passaporte no nome de Ahmad al Mohammad, nascido a 10 de Setembro de 1990 em Idlib, na Síria, está a ser verificada, sabe-se que há semelhanças entre as impressões digitais do bombista suicida e os encontrados durante um controlo na Grécia, em Outubro”, anunciou François Molins.
O procurador indica ainda que o segundo bombista que atacou o teatro Bataclan já foi identificado: chama-se Samy Ammour, tem 28 anos e vive em Drancy, no Norte de Paris. Já era conhecido de algumas unidades de contra-terrorismo. Depois de ter tentado ir para o Iémen, começou a ser investigado e colocado sob vigilância judicial.
No Outono de 2013 desapareceu e foi lançado um mandado internacional.
“Até agora, foram identificados cinco terroristas”, adianta o procurador.
Os atentados foram perpetrados por pelo menos sete terroristas em vários locais da cidade de Paris: bares e restaurantes, a sala de espectáculos Bataclan e o Stade de France, onde decorria um jogo amigável entre as selecções de França e da Alemanha.
Morreram 129 pessoas e mais de 400 ficaram feridas.
Mega operação na Bélgica
A polícia belga desenvolveu esta segunda-feira uma grande acção no distrito de Molenbeek. Um edifício da Rue Delaunoy foi o principal alvo.
O distrito de Molenbeek tem sido o centro das investigações sobre os atentados em Paris, depois de se ter concluído que dois dos atacantes viviam na área. As forças de segurança fechado um bairro e cercaram o edifício.
A operação envolve forças especiais e ocorre dois dias depois de uma outra, que levou à detenção de sete pessoas por suspeita de envolvimento nos atentados terroristas, já reivindicados pelo grupo extremista Estado Islâmico, em comunicado.
A França decretou o estado de emergência e restabeleceu o controlo de fronteiras na sequência daquilo que o Presidente François Hollande classificou como “ataques terroristas sem precedentes no país”.
Turquia já tinha avisado…
A Turquia avisou a França duas vezes (uma em Dezembro de 2014 e outra em Junho de 2015) sobre Ismael Omar Mostefai, um dos terroristas que participou nos atentados em Paris.
Segundo fonte do Governo turco citada pela agência Reuters, a Turquia só obteve resposta da França ao pedido de mais informação sobre Ismael Omar Mostefai depois dos atentados de sexta-feira.
Mostefai, de 29 anos, entrou na Turquia em 2013, mas não há qualquer registo de saída. Nascido em Chartres, no sudoeste de Paris, é o único atacante que não foi formalmente identificado pela polícia francesa. Mas as suas impressões digitais foram identificadas nos restos da sua roupa, depois de se ter feito explodir.