16 nov, 2015 - 11:35 • Ricardo Conceição , em Paris
Já se tornou numa das figuras portuguesas mais famosas na trágica noite de sexta-feira, 13 de Novembro, em Paris. Margarida Sousa, a porteira portuguesa que muito perto do teatro Bataclan e que naquele serão de horror, abriu as portas de sua casa para acolher quem conseguiu fugir da morte.
Margarida preparava-se para ver a novela quando o terror lhe entrou pela porta.
“Uma senhora do meu prédio abriu a porta porque apercebeu-se de qualquer coisa através da janela e veio ver o que se passava cá em baixo, na porta. A partir desse momento, as pessoas começaram todas a entrar”, descreve à Renascença.
Margarida, porteira há 24 anos, prestou auxílio a quem teve a sorte de escapar.
“Consegui fazer entrar algumas pessoas, entre elas uma jovem de 25 anos que vinha toda ferida e que já quase não conseguia andar. Soubemos depois que tinha duas balas nas costas. Outras quatro pessoas, uma menos ferida, mas outra com uma bala no braço e uma senhora com uma bala no peito”, continua a descrever.
Margarida Sousa diz que perante a barbárie não podia ficar quieta. “A partir do momento que compreendemos que estamos numa fase muito difícil, começamos a ver pessoas cheias de sangue, uns na cara, outros pelo corpo abaixo, havia um senhor que pingava a camisa dele de sangue… Não há tempo de ver outra coisa, temos de fazer alguma coisa”, remata.
Os atentados foram perpetrados por pelo menos sete terroristas em vários locais da cidade de Paris: bares e restaurantes, a sala de espectáculos Bataclan e o Stade de France, onde decorria um jogo amigável entre as selecções de França e da Alemanha.
Morreram 129 pessoas e mais de 400 ficaram feridas.