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França e Rússia ensaiam aliança militar contra o Estado Islâmico

17 nov, 2015 - 21:52

A pronta manifestação da Rússia em cooperar militarmente com a França no combate aos terroristas do Estado Islâmico na Síria não surpreende o general Loureiro dos Santos.

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França e Rússia bombardearam esta terça-feira alvos do Estado Islâmico na Síria. São, segundo a agência Reuters, os primeiros passos rumo a uma possível aliança militar entre os dois países.

De acordo com uma informação avançada esta terça-feira pelo Kremlin, o Presidente russo, Vladimir Putin, falou com o seu homólogo francês, François Hollande, sobre os atentados de Paris e a guerra contra o autoproclamado Estado Islâmico, que controla parte do Iraque e da Síria.

Putin ordenou à marinha russa que estabeleça contactos com a força naval francesa que se dirige para a zona Oriental do Mediterrâneo e que a trate como aliada.

“Temos de elaborar um plano com eles de acções conjuntas aéreas e navais”, disse o Presidente russo aos seus chefes militares.

A Rússia começou em Setembro uma campanha de bombardeamentos contra posições dos rebeldes sírios que se opõem ao Presidente Bashar al-Assad, entre os quais está o Estado Islâmico, mas também outros grupos moderados.

Hollande tem encontro marcado com Putin, em Moscovo, a 26 deste mês, dois dias depois de uma reunião, em Washington, com o Presidente norte-americano, Barack Obama.

O objectivo é concertar esforços na luta contra os terroristas do Estado Islâmico, que reivindicaram os atentados de sexta-feira, em Paris, que provocaram a morte a 129 pessoas, entre as quais dois portugueses.

A França bombardeou esta terça-feira, pela terceira noite consecutiva, posições dos jihadistas.

Loureiro dos Santos. Putin quer aparecer como potência mundial

A pronta manifestação da Rússia em cooperar militarmente com a França no combate aos terroristas do Estado Islâmico na Síria não surpreende o general Loureiro dos Santos.

Para este especialista em defesa nacional, a Rússia, além de ter aliados e interesses na região, quer manter a imagem de grande potência mundial.

“Em primeiro lugar, a Rússia pretende manter-se – e Putin é neste momento o arauto dessa vontade – como uma das maiores potências mundiais. E, de certa forma, a Rússia está a aparecer lado a lado com os Estados Unidos nesta crise da Síria”, diz.

“Por outro lado, a Rússia tem interesses específicos naquela região: Em primeiro lugar, o Mediterrâneo é um mar essencial para a Rússia. A Rússia, para colocar os seus meios navais no alto mar, tem que passar pelo Mediterrâneo. Finalmente, além de ter esses interesses, tem aliados na região e, por conseguinte, esse facto é importante para esses países.”

Loureiro dos Santos admite como normal o pouco entusiasmo dos Estados Unidos na resposta ao apelo de cooperação por parte da França.

“Embora tudo o que se passe no mundo seja importante para os Estados Unidos, o Mediterrâneo é uma região que está longe dos seus interesses imediatos e os Estados Unidos têm uma série de países aliados na Europa que podem ser seus porta-vozes, digamos assim. Estou a falar na Inglaterra, na França, etc.. Portanto, não vejo nada de negativo nesse comportamento”, diz o especialista.

Comentários
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  • Vasco
    18 nov, 2015 Santarém 21:43
    A teimosia da guerra a Assad desencadeou nesta situação, de um lado os russos do outro os ocidentais acabam agora por ter que se unir numa luta comum contra o mesmo adversário EI que primeiro armaram e agora têm que combater e ainda não consigo perceber até hoje porque razão o Assad incomoda tanta gente quando afinal há por aí tantos democratas tão bons como ele, se fossem os responsáveis a pagar as consequências certamente já haveria mais prudência nas decisões a tomar mas como são sempre os inocentes que pagam fazem-se sempre uns lindos discursos de circunstância para tapar os olhos ao zé povinho e depois as atitudes continuam as mesmas.
  • Alfredo
    18 nov, 2015 Marmeleira 02:35
    sou contra qualquer violência, mas acabo por axar muito bem, amor com amor se paga acabem com isso tudo.
  • António Costa
    18 nov, 2015 Cacém 00:16
    "...os Estados Unidos têm uma série de países aliados na Europa..." e não só....Os EUA são aliados de Israel e da Arábia Saudita. Em Israel, Benjamin Netanyahu já disse que apoiava "qualquer" força que se opusesse à hegemonia do Irão na região. Barak Obama já cometeu uma "gafe" ao dizer que estava a ajudar os xiitas...Os EUA estão "entalados" entre o combate à Al-Qaeda e os interesses dos seus maiores aliados no terreno....

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