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“Tolerância não pode ser complacente com a intolerância” dos radicais

18 nov, 2015 - 00:35 • Raquel Abecasis

Atentados de Paris e a ameaça do extremismo islâmico esteve em debate no programa Terça à Noite, da Renascença.

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"Tolerância não pode ser complacente com a intolerância"
"Tolerância não pode ser complacente com a intolerância"

O pós-atentados em Paris foi o tema para um debate que juntou na Renascença a especialista em política internacional Lívia Franco, o general Garcia Leandro e os jornalistas Paulo Dentinho e Lumena Raposo, especialistas em questões do mundo árabe.

No programa “Terça à Noite” desta semana, o actual director de informação da RTP, Paulo Dentinho, alertou que o Estado francês, ao abrigo da democracia e da tolerância, está a "abrir as portas à intolerância".

“Há um mês, o imã de uma mesquita em Brest disse aos miúdos que a música é uma invenção do diabo e, quando o Estado francês permite isto... Há um livro de Jean-François Revel que de algum modo mostra que nós aceitamos dentro da democracia as forças que acabam por destruir a própria democracia. Este Islão tem algo de ideológico e a mesma capacidade de destruição da nossa democracia. A única hipótese é não permitir este tipo de educação dentro das nossas sociedades”, defende o ex-correspondente da televisão estatal na capital gaulesa.

"Linhas vermelhas"

A jornalista Lumena Raposo adianta que "é preciso traçar linha vermelhas" para aquilo que os países ocidentais podem ou não permitir.

No diagnóstico das causas e consequências aos atentados de Paris, a especialista em temas internacionais Lívia Franco disse ainda não estar convencida "que o laicismo seja uma resposta".

Acrescenta que a prova disso "é que o laicismo tem sido a resposta clássica francesa, com os resultados que se tem visto".

Para Livia Franco, o problema "é que a tolerância não pode ser complacente com a intolerância".

"O erro estratégico" do Estado Islâmico

Para o general Garcia Leandro, o ataque a um avião russo no Egipto foi "um erro estratégico" do autodenominado Estado Islâmico.

"A Rússia reage de outra maneira que não reagem os outros países", afirmou o general, que prevê uma retaliação "muito dura a boa maneira do império Russo".

Quanto ao futuro, os convidados do programa “Terça à Noite” desta semana consideram ser imprescindível que o Ocidente possa contar com o apoio e intervenção no terreno de forças dos Estados árabes e não com uma intervenção, sobretudo, de forças europeias e norte-americanas.

"Fazer isso é cair numa ratoeira que os islâmicas procuram criar", afirma Paulo Dentinho.

Comentários
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  • Ricardo
    18 nov, 2015 Lisboa 11:44
    O aspecto mais importante(para além dos factos ocorridos suas causas e consequências)que tirei desse debate ontem à noite foi quando se chegou à conclusão óbvia(que muitos continuam a querer ignorar por razões diversas)de que a França(e a Europa em geral)tem sido alvo por parte de seus próprios políticos de uma "laicização" absurda(que promove a perda de identidade cultural/religiosa europeia e o vazio onde outros procuram ocupar o lugar abusando dos direitos de uma sociedade que não respeitam)em nome de uma "tolerância" e de um "multiculturalismo" nefasto para a própria civilização pois tem permitido na prática o avanço daquilo que estamos agora a testemunhar.
  • António Costa
    18 nov, 2015 Cacém 10:43
    "...não permitir este tipo de educação dentro das nossas sociedades..." é SÓ esse o problema, é assim tão DIFICIL? A "sociedade laica" é apenas a forma mais RADICAL de Cristianismo e as pessoas nem sequer percebem isso! Se começar uma guerra generalizada, vai ser muito, muito mau. Os Islamitas não percebem, porque também não percebem o Ocidente. Para um líder jihadista ou se tem Medo ou Não! Os valores do respeito pelo Outro não estão presentes! Só atacam se acharem que o Ocidente tem Medo! Só respeitam o Terror!
  • FERNANDO
    18 nov, 2015 AVEIRO 10:01
    Há cada vez mais gente a dar razão a um velho estadista. A diferença é que ele estava sozinho. Mas disse-o "Para Angola, rapidamente e em força". Espero que daqui a 13 anos não venham dizer que os terroristas afinal são nacionalistas. Na carta daquele homem que ficou viúvo, faltou acrescentar "que outros darão o corpo às balas, e irão fazer aquilo que ele não quer fazer -justiça para a mulher assassinada-.
  • 18 nov, 2015 LISBOA 08:40
    TOLERANCIA É PERDERMOS A NOSSA CULTURA??, DEIXARMO-NOS SUBJUGAR A MINORIAS?? TOLERANCIA É ANDARMOS A SUSTENTAR PARASITAS SEM FAZEREM A ONTA DE UM CORNO??? TOLERANCIA É PERDERMOS A NOSSA LIBERDADE INDIVIDUAL E AINDA SERMOS ALCUNHADOS DE RACISTA E XENOFOBOS??? CADA POVO COM AS SUAS RAÍZES, COM A SUA IDENTIDADE, A CIDADANIA NÃO SE ADQUIRE POR DECRETO LEI, HERDA-SE DOS NOSSOS ANTEPASSADOS. TODOS DIFERENTES TODOS IGUAIS, OU SEJA CADA UM NOS SEUS PAÍSES E RESPEITANDO-NOS UNS AOS OUTROS. OS PAÍSES PERMITINDO A INVASÃO DE CULTURAS DIFERENTES A QUE FABRICAM O TERRORISMO, FRANÇA, INGLATERRA ETC, SÃO OS NOVOS CIDADºAOS QUE MATAM OS SEUS CIDADÃOS!!!
  • JOrge tobias
    18 nov, 2015 Mafra 08:40
    Não consigo perceber. Há menos de um mês os americanos, destruíram um hospital na Síria e, entre outras vítimas, morreram jornalistas ocidentais! Ninguém fez minutos de silêncio. Afinal tolerância é só para um dos lados?
  • Entra Sapo
    18 nov, 2015 Lisboa 08:14
    Há sempre alguém que acha que o terrorismo se combate com flores.

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