01 dez, 2015 - 13:44 • José Pedro Frazão , enviado da Renascença a Paris
A COP21, conferência do clima, em Paris, entra esta terça-feira numa semana de trabalhos negociais mais afastados das câmaras e dos jornalistas quando comparados à abertura mediática de segunda-feira.
A presidência francesa da cimeira promete um novo rascunho de acordo para sexta-feira. Até lá, os delegados de todo o mundo vão negociar as questões centrais ainda por resolver, como a natureza obrigatória ou não do acordo, um entendimento sobre o financiamento para que os países pobres consigam fazer este combate às alterações climáticas e ainda a possibilidade de novas medidas contra o aquecimento global.
A tentativa é de arrancar uma série de directivas que permitam prometer que a temperatura média global do planeta não aumente acima de dois graus centígrados face à era pré-industrial.
É um limite que os cientistas consideram ponto de desestabilização do sistema climático. Neste momento, as contribuições de cada país, todas somadas, garantem apenas uma limitação a 2,7 graus.
Na próxima semana, com os ministros do Ambiente a tentar fechar a negociação, a conferência vai voltar a ganhar mediatismo. Decorrem entretanto as apresentações de tecnologias e iniciativas privadas pela mão de empresas, fundações e governos nacionais.
Paris vai regressando a alguma normalidade depois de um dia com menos trânsito devido às restrições de segurança. Com o regresso a casa dos chefes de Estado e de Governo, o debate interno centra-se nas eleições regionais de domingo com a Frente Nacional à frente nas sondagens e ainda com a polémica em torno da necessidade de um “estado de emergência”.
Já esta terça-feira, o primeiro-ministro francês Manuel Valls não excluiu a possibilidade de prolongar o estado de emergência em França para lá de 28 de Fevereiro caso as ameaças o exijam.