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Luaty volta à greve de fome e é seguido por mais três activistas

10 dez, 2015 - 14:00

Este processo envolve 17 pessoas, todas acusadas da co-autoria material de um crime de actos preparatórios para uma rebelião e para um atentado contra o Presidente de Angola.

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Pelo menos quatro dos 15 activistas angolanos detidos desde Junho em Luanda, incluindo o rapper Luaty Beirão, iniciaram esta quinta-feira uma greve de fome em protesto contra a morosidade do julgamento que se arrasta desde 16 de Novembro.

A informação foi confirmada à agência Lusa por Esperança Gonga, esposa do professor universitário Domingos da Cruz, um dos quatro detidos que iniciou a greve de fome no Hospital-Prisão de São Paulo, em Luanda, juntamente com Sedrick de Carvalho e José Gomes Hata.

"Pelo que conseguimos perceber hoje de manhã, quando fomos levar a comida, são esses quatro que se estão a recusar a comer, em protesto contra a morosidade do julgamento", disse Esperança, após contactos com familiares dos restantes três detidos.

Em causa está um grupo de 17 jovens (duas em liberdade provisória) acusados da co-autoria de actos preparatórios para uma rebelião e um atentado contra o Presidente angolano, José Eduardo dos Santos, no âmbito - segundo a acusação - de um curso de formação para activistas, que decorria em Luanda desde Maio.

O julgamento decorre sem a presença de jornalistas na sala de audiências, acesso que só foi permitido no primeiro dia, a 16 de Novembro, e novamente na conclusão, nas alegações finais e leitura da decisão pelo tribunal.

Em protesto contra o que afirmava ser o excesso de prisão preventiva, Luaty já promoveu entre Setembro e Outubro uma greve de fome de 36 dias, que obrigou à sua transferência para uma clínica privada de Luanda.

O activista é filho de João Beirão, já falecido, que foi fundador e primeiro presidente da Fundação Eduardo dos Santos (FESA), entre outras funções públicas, sendo descrito por várias fontes como tendo sido sempre muito próximo do chefe de Estado.

Segundo a acusação, os activistas reuniam-se aos sábados, em Luanda, para discutir as estratégias e ensinamentos da obra "Ferramentas para destruir o ditador e evitar uma nova ditadura, filosofia da libertação para Angola", do professor universitário Domingos da Cruz - um dos arguidos detidos -, adaptado do livro "From Dictatorship to Democracy", do norte-americano Gene Sharp.


Comentários
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  • M. Santos
    10 dez, 2015 Lisboa 15:49
    .... cuidado com os terroristas. Só trazem dor e desespero...
  • José Saraiva
    10 dez, 2015 Viseu 15:03
    ONDE ESTÁ AGORA A CATARINA MARTINS DO "BE" ??? ENTÃO!!!! ATÉ AQUI O GOVERNO DE PASSOS/PORTAS NADA FAZIA ....E O GOVERNO DO CAMARADA COSTA???!!!

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