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EUA. Secretário de Estado acusa Trump de dar argumentos aos terroristas

14 dez, 2015 - 07:51

John Kerry sublinha o enorme impacto negativo na política externa das declarações do candidato republicano, que defendeu polemicamente a proibição dos muçulmanos entrarem nos Estados Unidos.

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A proposta do candidato republicano Donald Trump à Casa Branca de "impedir temporariamente" os muçulmanos de entrar nos Estados Unidos, "põe em perigo" a segurança do país, considera o chefe da diplomacia norte-americana, John Kerry.

"Isto põe em perigo a segurança nacional porque esta proposta indica a vontade de um norte-americano, candidato ao mais alto cargo do país, de discriminar toda uma religião", declarou o secretário de Estado, numa entrevista à cadeia de televisão ABC.

"Este tipo de proibição é contrária aos valores norte-americanos e à nossa Constituição e penso que isso é uma política estrangeira muito perigosa tendo em vista aqueles que, no mundo islâmico, tentam explorar a população e recrutar combatentes estrangeiros: vejam na América há um tipo que faz guerra contra o Islão", explicou numa segunda entrevista difundida esta manhã no programa "Face the Nation" na CBS.

"É esta impressão que pode ser explorada (...) e permitir o recrutamento (...) por deixar pensar que os Estados Unidos são verdadeiramente discriminatórios em relação ao Islão e aos muçulmanos", acrescentou o chefe da diplomacia norte-americana.

Esta proposta de Trump "é extremamente discriminatória em relação a vários norte-americanos e outros que são muçulmanos e muitas pessoas no mundo que sabem que a sua religião foi desviada e querem recuperá-la", disse.

"Penso que, em termos de política externa, isto tem um enorme impacto negativo, como os comentários que ouvi de ministros dos Negócios Estrangeiros e outros responsáveis nas minhas viagens e ao falar com pessoas de diversos países", concluiu John Kerry.

A ideia de uma discriminação religiosa proposta por Donald Trump, que continua a liderar a corrida à investidura pelo Partido Republicano para as presidenciais de Novembro de 2016, desencadeou uma onda de reacções em todo o mundo, de Washington ao Cairo, passando por Londres e pela ONU.

Centenas de milhares de britânicos assinaram uma petição para proibir a entrada de Trump no país, enquanto o milionário e membro da família real saudita, o príncipe Al-Walid ben Talal, afirmou na sexta-feira que Donald Trump era "uma vergonha" para "todos os Estados Unidos".

Trump fez esta proposta, de proibir os muçulmanos de entrar nos EUA, no início da passada semana, na sequência da morte de 14 pessoas no tiroteio em São Bernardino, na Califórnia.

A polícia federal norte-americana garantiu que o casal de assassinos era muçulmano e "radicalizado há bastante tempo" e as suas acções foram planeadas.

Comentários
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  • Andreia Santos
    14 dez, 2015 Setúbal 17:10
    Quer dizer a culpa dos ataques terroristas é de Donald Trump, boa. Tá resolvido o assunto. Já não precisam se preocupar mais, descobriram o foco do problema.....
  • patetico
    14 dez, 2015 ridiculo 11:04
    Concordo plenamente com o seu comentário, António Costa.
  • patetico
    14 dez, 2015 ridiculo 10:43
    Ah, é descriminação criticar esta gente???!!! Então estão todos com medo deles, com as beira do cu a tremer, é melhor não espantar o monstro, deixem-no à vontade. Isto é simplesmente patético... E então os que morrem às mãos deles? A segurança das pessoas? A democracia? Esta gente é do piorio, e são sempre eles os culpados, porque são eles é que são os racistas e andam sempre a fazer guerra...querem impor a sua religião e a sua cultura acima de tudo e de todos. E se não são muitos deles a agiram no mal,diretamente, são eles a fazerem lavagem cerebral para que muitos se virem para as suas ideologias. Infelizmente há sempre algum burro que se deixa levar...Já agora que se crie um estado islâmico nos EU....
  • António Costa
    14 dez, 2015 Cacém 10:17
    Mas quais argumentos? Mas os terroristas precisam de argumentos, desde quando? Os médicos e doentes assassinados em São Bernardino eram uma ameaça para alguém? Deixe de ser cobarde Sr. John Kerry, porque o Donald Trump pode passar o tempo a asneirar, mas o Sr. John Kerry e os EUA fornecem "argumentos" piores ao terrorismo: TREINO e ARMAS!
  • Baruck
    14 dez, 2015 Leiria 09:03
    Ora se 'A polícia federal norte-americana garantiu que o casal de assassinos era muçulmano e "radicalizado há bastante tempo" e as suas acções foram planeadas' e a mesma polícia federal, mais FBI, mais NSA, mais CIA... Não conseguiram monitorizar estes que até já la estavam, como vão fazer em relação aos que ainda para lá querem ir? A menos que alguém num lugar de poder ( Barack Obama...) nos EUA esteja a planear implantar um novo califado por lá...

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