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Um em cada oito bebés nasce em zonas de conflito. “Existe maneira pior de começar a vida?"

17 dez, 2015 - 08:20

UNICEF alerta que crianças nascidas em contextos de guerra estão mais expostas a problemas de desenvolvimento emocional e cognitivo, correndo o risco acrescido de morrer antes dos cinco anos.

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Um em cada oito bebés nasceu em zonas de conflito em 2015, conclui um relatório da UNICEF divulgado esta quinta-feira. O número de crianças nascidas em locais de guerra aumentou em mais 125 mil este ano em relação a 2014, subindo para mais de 16,5 milhões em todo o mundo.

As guerras civis da Síria, República Centro-Africana e Sudão do Sul foram as que mais contribuíram para este aumento.

A UNICEF alerta que as crianças nascidas em contextos de conflito armado estão mais expostas a problemas de desenvolvimento emocional e cognitivo, correndo o risco acrescido de poderem morrer antes de atingirem os cinco anos de idade.

“Existe alguma maneira pior de começar a vida?”, questiona o director-executivo da UNICEF, Anthony Lake, em declarações à agência Reuters.

Um destes bebés é um rapazinho chamado Dilgesh, filho de uma refugiada síria chamada Nahide, com 19 anos. Separada dos pais por causa da guerra, a jovem mãe e o seu filho de sete meses puseram-se a caminho da Turquia, contou um funcionário da organização.

Christopher Tidey confessa ter ficado estupefacto com a jovem e com a sua “força interior”.

A professora de ciência política Debra DeLaet já escreveu sobre a temática dos bebés nascidos em zonas de conflito, e observa que as crianças que nascem na sequência de uma violação também correm riscos. “Há casos de mulheres que tentam matar os filhos à nascença”, aponta.

Outras crianças ficam vulneráveis ao abandono ou à rejeição por parte de membros da família, sublinha a especialista.

Para o próximo ano, a agência das Nações Unidas para as crianças projecta um aumento para 16,7 milhões de bebés nascidos em zonas de conflito.

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