22 dez, 2015 - 12:57
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O autodenominado Estado Islâmico (EI) perdeu em 2015 cerca de 14% do território que controlava em 2014, avança um estudo do instituto especializado IHS Jane´s, sediado em Londres.
Ao basear-se em informações retiradas dos media e de fontes presentes na Síria e Iraque, o instituto calcula que a zona controlada pelos jihadistas foi reduzida em 12.800 quilómetros quadrados, entre 1 de Janeiro e 14 de Dezembro de 2015. Segundo este estudo, o grupo controla actualmente 78.000 quilómetros quadrados.
Pelo contrário, os curdos sírios quase triplicaram a sua zona (+186%), que em meados de Dezembro se estendia por 15.800 quilómetros quadrados.
A zona fronteiriça norte entre a Turquia e a Síria, na região de Tal Abuad, e um dos principais pontos de passagem da fonteira turca pelo grupo, é assinalada como uma das perdas do EI.
"Já assistimos a um impacto financeiro negativo para o grupo Estado Islâmico após a perda do controlo da fronteira de Tal Abyad, e isso antes da intensificação dos ataques aéreos contra as capacidades de produção petrolífera do grupo", assinala Columb Strack, um dos analistas do IHS e especialista em Médio Oriente.
"Outras perdas substanciais ocorreram no Iraque com a cidade de Tikrit, o complexo da refinaria de Baiji que foi arduamente disputada e um troço da autoestrada principal entre Raqa e Mossul, o que complica a transferência de bens e de combatentes entre as duas cidades mais importantes controladas pelo EI", acrescentou.
Forças iraquianas recuperam Ramadi
As forças iraquianas entraram, esta terça-feira, no centro da cidade de Ramadi, que estava controlada desde Maio pelo grupo extremista, indicou um alto responsável pela segurança do regime de Bagdad. "Entrámos no centro a partir de diversas frentes e começámos a purgar os bairros residenciais", declarou o porta-voz dos serviços de luta antiterrorista.
Ramadi fazia parte de uma das conquistas mais significativas em 2015. A outra foi a cidade de Palmira, classificada pela UNESCO como Património da Humanidade.
Em Tal Abyad, as forças do EI foram de tal modo enfraquecidas que tiverem de ser reforçadas por unidades da polícia religiosa de Raqa, indica o relatório.
Esse factor também demonstra "que os territórios curdos são de menos importância em relação às acções que expulsam as forças governamentais sírias e iraquianas das terras tradicionalmente sunitas", analisa o especialista Columb Strack.
A análise "geoespacial" das actividades do EI demonstra ainda que as suas forças estão "fortemente concentradas em redor de Bagdad e Damasco".
À semelhança do EI, o regime do Presidente sírio, Bashar al-Assad, também perdeu influência, controlando cerca de 30 mil quilómetros quadrados (16%) do país, que possui uma superfície total de 185.180 quilómetros quadrados.
No entanto, e ainda segundo Columb Strack, "o Governo sírio conseguiu recuperar uma parte substancial das suas perdas territoriais registadas no início do ano devido à intervenção militar russa em Setembro".