30 dez, 2015 - 10:51
Mais de um milhão de migrantes chegou à Europa por mar em 2015, de acordo com os últimos números do Alto Comissariado dos Refugiados (ACNUR).
No total, 1.000.573 chegaram à Europa por mar e 3.735 morreram, tentando cumprir a perigosa travessia, indicou a agência da ONU com sede em Genebra.
A maioria dos migrantes (84%) é proveniente de dez países, com a Síria a liderar - representando a nacionalidade de quase metade (49%) -, seguindo-se o Afeganistão (21% dos migrantes) e do Iraque (8%).
Os outros países de origem são Eritreia, Paquistão, Nigéria, Somália, Sudão, Gâmbia e Mali.
No total, 844.176 migrantes desembarcaram na Grécia, 152.700 na Itália e 105 em Malta.
Dos migrantes que alcançaram as costas da Europa 58% são homens e 17% mulheres, sendo um quarto (25%) crianças, segundo o ACNUR.
A Organização Internacional para as Migrações (OIM) revelou que em 2014, mais de 219.000 migrantes atravessaram o Mediterrâneo. "O total representa o fluxo migratório mais elevado desde a Segunda Guerra Mundial" na Europa.
A Europa enfrenta a maior vaga de refugiados desde a II Guerra Mundial. Nos últimos meses centenas de milhares de pessoas chegaram a território europeu oriundos de África, Médio Oriente e da Ásia.
A Amnistia Internacional (AI) já divulgou um plano para uma acção concertada em oito áreas destinado a responder às crises de refugiados e na sequência do que designa por "falhanço moral catastrófico" dos líderes mundiais.
E surgem novos muros
A Áustria anunciou que vai erguer uma cerca ao longo da sua fronteira com a Eslovénia para controlar o fluxo migratório.
Mas este não é o primeiro. As autoridades húngaras começaram a 13 de Julho a erguer um muro de quatro metros de altura que deverá prolongar-se pelos 175 quilómetros da fronteira entre a Hungria e a Sérvia.
Já o governo búlgaro começou a reforçar o controlo da sua fronteira com a Turquia em 2014. Uma das medidas foi a construção de um muro com cerca de 160 quilómetros ao longo da linha fronteiriça.
Mais recente é a vedação de 1,5 quilómetros em Calais, no Norte de França, ao longo da entrada para o Canal da Mancha e que vai dar ao sul de Inglaterra. A estrutura, com pouco menos de quatro metros de altura, é temporária e será aumentada. O Reino Unido está a planear gastar cerca de 31 milhões de euros em novas vedações.