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Plataforma entrega donativos para ajudar refugiados nas regiões de origem

11 jan, 2016 - 16:39

António Guterres recorda que no Líbano há um refugiado por cada três cidadãos e que por isso a Europa, onde há dois por cada mil, devia arranjar forma de ajudar quem chega.

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A Plataforma de Apoio aos Refugiados entregou esta segunda-feira 110 mil euros à Cáritas do Líbano, que acolhe naquele país muitos refugiados vindos da Síria e do Iraque.

O Serviço Jesuíta aos Refugiados, que também tem uma campanha no terreno no Líbano, recebeu também uma ajuda do PAR.

O dinheiro foi entregue esta manhã, numa cerimónia da Plataforma de Apoio aos Refugiados, que anunciou que a campanha de recolha de donativos em Portugal atingiu o montante de 206,508 euros.

O dinheiro foi recolhido pelo programa PAR – Linha da Frente, que visa o apoio directo aos refugiados nos seus países de origem.

Um reflexo da generosidade dos portugueses que mereceu agradecimentos do presidente da Cáritas do Líbano, o padre Paul Karam, que veio até Lisboa explicar os problemas do trabalho no terreno naquele país.

“As necessidades são grandes, mesmo muito grandes, mas a capacidade material é muito limitada. Mesmo o ACNUR teve muitos problemas em providenciar ajuda a todos os refugiados”, explica.

António Guterres também esteve presente na cerimónia. O ex-comissário da ONU para os Refugiados insistiu nas críticas à falta de resposta da Europa, perante a crise migratória e comparou com o que se faz no Líbano, no apoio a um milhão de refugiados.

“Se há um por cada três no Líbano, há dois por mil na Europa. Aquilo que, apesar de tudo, é gerido no Líbano, devia ser facilmente gerido na Europa. Mas para isso era preciso que a Europa se organizasse solidariamente, se organizasse no ponto de entrada.”

A urgência de acolher não implica faltas de segurança, insiste. “É no ponto de entrada que se controlam os movimentos, com uma capacidade de recepção adequada, acolhendo as pessoas, registando as pessoas, fazendo os escrutínios de segurança necessários. Obviamente são necessários, e há que fazê-los, mas ao mesmo tempo criando as condições para detectar as necessidades de cada um, e depois distribuindo as pessoas de uma forma normal, de uma forma justa, pelos diferentes países europeus.”

O programa PAR – Linha da Frente tem tido resultados acima dos previstos, o que levou os seus responsáveis a prolongá-lo até ao dia 31 de Março.

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